“Magda Zapata”
Mas era muito azar o meu o Emiliano tirar uma noiva da cartola logo agora! Eu sabia muito bem que o único jeito de acabar com o casamento da Abigail era jogando aquela inútil nos braços do Emiliano. Ela sempre foi louca por ele, disso eu não tinha dúvida. E isso sempre foi uma vantagem pra mim, pois enquanto ela fosse apaixonada por ele, ela não se casaria e não teria filhos, não daria ao pai os netos que ele tanto queria.
Eu até tentei casá-la com o Enrico, mas aquele idiota do pai dela não comprou a minha idéia. Ele dizia que o Enrico tinha que amadurecer e se dedicar a algum trabalho antes de pensar em se casar. Eu nunca entendi porque ele fazia questão que o Enrico trabalhasse, ele tinha dinheiro suficiente para que o meu filho e a filhinha dele nunca precisassem fazer isso. Mas o Enrico também nunca me ajudou, nunca sequer fingiu se interessar por nada e ainda por cima gostava das noitadas, das mulheres e da gastança. E não sendo suficiente, a Abigail nunca o suportou.
Então me restava o Emiliano, mas eu precisaria acabar com o romance dele. Ou seja, agora eu tinha que separar dois casais e não sabia por onde começar, porque era muito claro pra mim que a tal noiva do Emiliano estava dando um belo golpe e não largaria o osso.
- D. Magda, podemos falar um instante? Eu percebi que a senhora e a Abigail não se dão muito bem. – A sonsa da noivinha do Emiliano me cercou no corredor, quando eu saía do lavabo.
- Ah, querida, isso não é novidade, a minha enteada não me suporta e eu a detesto. Mas isso também não é da sua conta. – Eu respondi sem nenhuma paciência para socializar com essa mulherzinha sem classe.
- Talvez nós possamos nos ajudar. – Ela sugeriu e eu a observei por um momento. Eu tive até vontade de rir da insolência dela achando que poderia me ajudar.
- Não querida, não podemos nos ajudar. A menos que você queira dar o seu noivo para a Abigail. Você quer? – Eu falei e ela me olhou chocada.
- Não é por aí, D. Magda. Eu quero separar esses dois tanto quanto a senhora, mas não a custa do meu noivado. – Ela respondeu tentando manter a compostura.
- Sei. E porque você quer separar a Abigail e o Martim? – Eu fiquei ligeiramente curiosa, mas eu pressentia que ela deveria ter uma candidata para o Martim.
- A minha prima, ela é apaixonada pelo Martim, eles até passaram uma noite juntos e... – Ele começou a falar, mas eu já tinha entendido tudo.
- Uma noite? Uma noite? Ah, pobre criança, se ela teve uma noite com ele e ele não a procurou mais, querida, esquece, ela não tem a menor chance! Com certeza ele se deu conta do tipo de mulher que ela é. – Essa garota não percebia que insistir com essa prima era caso perdido?
- Mas eu garanto que ela pode conquistá-lo. – Ela insistiu.
- Minha nossa, mas você é uma golpistazinha burra! Como é que o Emiliano ainda está com você? – Eu já estava me irritando com a mulherzinha diante de mim.
- A senhora não me ofenda! – Ela me enfrentou e eu ri. Ela não era nem uma formiga diante de mim.
- Ah, minha nossa! Presta atenção, queridinha! Me diga, quem é a sua prima? Porque a Abigail, querida, é uma herdeira, o pai dela deixou tanto dinheiro que ela nem precisa se preocupar em trabalhar, eu nem sei porque ela ainda trabalha, na verdade, de modo que você acha mesmo que o Martim vai deixá-la por causa da sua prima? Não vai! Sendo assim, a minha melhor chance é juntar o Emiliano e a Abigail. – Eu falei e dei um passo para o lado, mas ela continuou na minha frente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...