“Magda Zapata”
Eu pensei que a minha estadia na casa da inútil da minha enteada seriam férias divertidas, mas isso aqui é um verdadeiro antro de loucos! O que passa na cabeça de uma mulher que decide ter seis filhos? Eu tive o Enrico só porque foi um acidente de percurso, mas eu não pretendia ter nenhum. Não que eu não amasse o meu filho, pelo contrário, eu o amava muito, mas ele atrapalhou minha vida muitas vezes.
Agora eu estou aqui, no meio desse bando de desajustado fazendo torradas e com um marmanjo maior do que eu me chamando de tia. Isso era um completo desastre. E para piorar ainda mais, o casamento da Abigail era de verdade mesmo, toda aquela atividade dela com o marido madrugada adentro não deixava dúvida de que eles estavam cumprindo os requisitos de um casamento.
Mas eu precisava me mexer, começar a agir para separar o casalzinho terror da madrugada logo. A Abigail não poderia ficar casada por um ano inteiro. Aquela fortuna era minha, fui eu quem suportou aquele velho, eu tinha direito!
E para piorar eu precisava de mais dinheiro. Aquela pensãozinha merreca que ele me deixou não dava pra nada! Mas eu ligaria para o Antônio, ele que se virasse para atualizar o valor dessa pensão, porque ela com certeza estava defasada! Imagina, onde que uma mulher como eu consegue viver e ainda sustentar um filho só com cem mil por mês? Impossível! Mal dava para pagar a manicure.
- Ô, tia, me dá a caneca de café aí que eu faço questão de lavar a sua! – Pelo menos o marmanjo tinha palavra.
- Aqui, meu amigo, já que você vai lavar as canecas. – O Enrico colocou a sua caneca sobre a pia.
- Não, não, boneco engomado, eu vou lavar a da tia porque ela fez torrada pra todo mundo, mas você pode vir aqui e lavar a sua. E é pra lavar direito porque ninguém aqui curte porcaria. – O Tomás fez o Enrico voltar para a pia.
- Mamãe! – O Enrico pediu ajuda, mas eu estava cansada demais para brigar por ele, ele que se virasse.
Eu entreguei a caneca ao Tomás, estava exausta de tanto fazer torradas, esse bando de desajustado comia como lobos selvagens! E eu já estava saindo da cozinha quando o Maximilian me chamou.
- Madame, vai aonde? – A voz do Maximilian ecoou pela cozinha e eu fechei os meus olhos, implorando silenciosamente para que eles me deixassem em paz.
- O que você quer, Maximilian? – Eu me virei lentamente.
- Nós vamos terminar a horta. Hoje é dia de plantar. Vem, madame, vai ser divertido. – O Maximilian fez um sinal com a mão me chamando e eu não tinha escolha.
- Vocês já sabem, antes de entrar em casa tirem a sujeira e se sequem. – A governanta da casa parecia uma generala, andando pra lá a pra cá sisuda e dando ordens.
Eu fui puxada para fora da casa e levada de volta para a horta infernal. No dia anterior nós fizemos dez canteiros grandes e agora eles queriam plantar. Era o meu pior pesadelo! Minhas unhas se quebraram, o meu sapato ficou destruído e eu estava cansada como nunca havia estado antes.
- Pega aí, tia. São mudinhas, já viu alguma vez na vida? – O Tomas colocou uma espécie de bandeja em minha mão cheia de matinhos e eu olhei aquilo sem saber o que fazer. – É, não, nunca viu. O que você fazia da vida, tia, antes de dar o golpe?
- Seu moleque insolente! – Eu empurrei aquela bandeja nas mãos dele, mas ele estava rindo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...