Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 35

“Abigail Zapata”

Eu estava olhando para o Martim como se pedisse socorro. Ao meu redor três mulheres Monterrey estavam animadas e ansiosas para comprar um vestido de noiva pra mim, enquanto ele apenas sorria.

- Gente, mas eu não preciso de um vestido de noiva, vai ser tudo tão simples. – Eu percebi que precisava melhorar a minha desculpa ou isso poderia parecer uma ofensa. – Eu só quero um vestido branco, assim um pouco abaixo do joelho.

- Ah, não, Abi! De jeito nenhum! Noiva tem que se vestir de noiva. – A Natália, a outra irmã do Martim, bateu o Martelo.

- E você não vai tirar esse prazer de mim, vai? – A D. Iolanda perguntou com aqueles grandes olhos verdes, quase como se fosse começar a chorar. – É o meu primeiro filho a se casar e com você, que já é como uma filha! Ah, dá essa alegria para o coração de uma mãe.

- Mas... – Eu estava perdendo para aquelas três. A D. Iolanda não tinha nada de boba, apelou para o sentimentalismo que eu não conseguia resistir.

- Coelhinha... – O Martim se aproximou e segurou o meu rosto entre as mãos. – Eu vou adorar te ver em um vestido de noiva. Por favor, compra um vestido lindo para o nosso casamento. Vista-se pra mim!

Eu ia arrancar as mãos desse demônio! Como eu ia dizer que não agora? Ele estava se aproveitando da situação para me sacanear, só podia ser. Ah, mas eu iria castigá-lo de alguma maneira e usaria esse maldito vestido pra isso.

- Como eu posso dizer não pra você, ursinho? É impossível! – Eu o encarava, com a voz doce e com os olhos crispando de raiva e ele percebeu.

Então, como se ele já não tivesse ido longe demais, ele se abaixou e me beijou. As irmãs dele logo se agitaram em apoio e ele me puxou pela cintura se curvou sobre mim me levando para trás e me beijou de novo, um grande e longo beijo molhado. Quando ele me girou da volta para que eu ficasse em pé eu estava até um pouco tonta e quase não consegui me firmar sobre os meus pés.

- Respira, coelhinha! – Ele falou no meu ouvido e eu me dei conta de que estava sem fôlego.

Depois disso, nós saímos do escritório. As garotas iam animadas à frente, girando e dando idéias para o vestido perfeito. Eu segui, de braço dado com a D. Yolanda, rindo das sugestões exageradas da Pilar que insistia que eu precisava de um vestido de princesa.

Nós fomos todas no carro da Natália e ela parou em frente a um ateliê elegante e sóbrio. Na placa suspensa sobre a vitrine se lia unicamente a palavra ateliê.

- Abi, esse ateliê é de uma amiga minha. Ela não é famosíssima ainda, mas tem criações lindas e tem uns exclusivos prontos. Pensei que você talvez goste de algo. – A Natália explicou enquanto saíamos do carro.

- Obrigada! – Eu fiquei comovida com a gentileza da estilista. – Bom, então vamos começar.

O primeiro vestido era um vestido de baile, com uma saia enorme, cheia de babados e as mangas bufantes. Um vestido era pesado demais. Eu vesti aquilo e parecia que a qualquer momento eu sairia rolando com aquele vestido. As meninas seguravam plaquinhas de sim ou não e a Pilar segurava a plaquinha de sim com uma empolgação que denunciava que ela tinha pegado aquele. Eu olhei para a D. Yolanda que fez uma careta e isso me deu força para recusar aquele trambolho.

Pelas duas horas seguintes eu experimentei vestidos de noiva de todos os modelos, véus, grinaldas e todo tipo de acessórios e um a um eu descartei todos os vestidos. Nenhum havia ficado bom. Talvez a estilista estivesse certa e uma noiva sentisse quando encontrasse o seu vestido, mas eu não era uma noiva, meu casamento era fajuto e talvez por isso eu nunca encontraria um vestido.

Mas aí eu pensei, talvez eu devesse ficar com o primeiro. Aquilo era horrivelmente extravagante e o Martim ficaria chocado. Além do mais, era tão grande que eu duvidava muito que ele conseguisse colocar as mãozonas cheias de dedos em mim.

- Ah, Abigail, quase esqueci, ainda falta um. Falta o que a chefe trouxe. – A vendedora segurou a capa fechada que escondia o vestido e eu suspirei, eu já tinha decidido, mas agora teria que vestir mais um.

Ela me levou para o provador com o vestido e me ajudou a vesti-lo. Foi como se sinos tocassem em minha cabeça. Esse era o vestido! Era perfeito. O Martim certamente se arrependeria de ter me mandado comprar um vestido de noiva. Eu saí do provador e as reações foram exatamente o que eu esperava. Pronto, estava escolhido o meu vestido de noiva! Só queria ver a cara do Martim quando me visse nesse vestido.

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