“Martim Monterrey”
Eu achei muito divertido a minha mãe e as minhas irmãs aparecerem no escritório para levar a Abigail para comprar o vestido de noiva. Eu sabia que elas não se conformariam com um vestidinho qualquer e vestiriam a Abigail de noiva, da cabeça aos pés.
Eu aproveitei para pegar com o Emiliano o telefone do proprietário da casa da praia e ligar para ele.
- Martim, posso perguntar uma coisa? – O Emiliano me encarou depois de me enviar o número de telefone que eu pedi.
- Qualquer coisa. – Eu respondi, mas senti um leve incômodo por não poder falar a verdade para o meu amigo. Mas se eu falasse, ele contaria para a Camila e eu não confiava naquela mulher.
- Esse seu casamento tão rápido com a Abi, você está mesmo apaixonado por ela, Martim? Ou tem algo a ver com o testamento do pai dela? – A pergunta do meu amigo me pegou desprevenido e eu me remexi na cadeira.
- Emiliano, o testamento só me fez adiantar o inevitável. Além do mais, pra quê esperar? – Até aqui eu tinha a resposta pronta, mas tudo o que eu falei depois, surpreendeu a mim mesmo. – A Abi é incrível e ela me faz sentir vivo de novo. Ela é cheia de vida, linda, corajosa, brava demais, mas também é doce, tem uma energia que a faz parecer incansável. Sendo bem sincero, no início eu estava cheio de raiva por causa do que aconteceu e eu descontei nela, mas ela me desafia o tempo todo e eu comecei a achar uma gracinha quando ela fica toda irritadinha comigo e aí... aahh... não deu pra evitar.
- Você a ama! – O Emiliano se desencostou da cadeira e estreitou os olhos para mim. – Minha nossa, como eu não percebi isso antes? Você deu o anel da sua avó pra ela! Você a ama, Martim! – Ele estava rindo, satisfeito com a sua descoberta.
Eu, por outro lado, nunca estive tão confuso. Eu estava bastante interessado nela e sentia um tesão enorme por aquela mulher, mas amor? Não... não era... não podia ser. Nós vivíamos feito cão e gato e ela me deixava louco. Sim, ela me deixava louco de muitas formas. Minha nossa, o que estava acontecendo comigo? O pior é que eu nem poderia falar sobre isso com ninguém. Ou melhor, com quase ninguém. Tinha o Tony, mas ele mal me conhecia, nós nos encontramos uma única vez.
- Meu amigo! Eu fico muito feliz por você e pela Abi, vocês merecem ser felizes e eu sei que vão ser. A Abi é uma pessoa incrível Martim! – O Emiliano se levantou e veio até mim e me abraçou.
Eu estava totalmente confuso e o meu amigo extremamente feliz. Mas, assim que eu abri a boca para respondê-lo a Camila entrou na sala e não estava sozinha, ela estava acompanhada da sua prima Letícia, aquela chata que eu caí na besteira de levar pra cama uma noite tempos atrás.
- Amorzinho, qual o motivo de tanta felicidade? – A Camila perguntou com a voz irritantemente anasalada.
- Ah, meu amor, é que nós fomos os cupidos dos meus dois melhores amigos, meus irmãos! – O Emiliano estava radiante.
- Puxa, Câmi, você me traiu mesmo? – A Letícia reclamou e fez bico. Ô mulher chata!
- Ai, Lê, não foi assim! Meu amorzinho está exagerando. Além do mais, eu duvido que o Martim realmente se case com a Abigail, isso é fogo de palha, já já passa. – A Camila consolou a prima que me olhou como se fosse começar a chorar.
- Letícia, eu não vou me repetir. Agora faz um favor pra nós dois, para de insistir. – Eu dei um passo atrás e me virei indo em direção à porta, precisava me livrar daquele carrapato.
Quando saí da sala do Emiliano a Abigail vinha pelo corredor e eu tinha certeza que a Letícia sairia atrás de mim. Então eu marchei em direção a Abigail, a abracei e a beijei, bem ali, no meio do corredor, pra qualquer um ver. Um beijo que não deixava dúvida para ninguém que eu era dela.
No início ela se assustou, foi totalmente sem que ela esperasse, acho que ela sequer havia me visto antes que eu estivesse em frente a ela. Mas aí, ela se entregou ao beijo, ela sempre se entregava e isso me deixava feliz. As mãos dela subiram até o meu pescoço e ela fez um carinho em minha nuca que me deixou arrepiado.
Eu estiquei a mão para o lado, abri a porta da sala dela e a puxei comigo pra dentro, fechei a porta e a prendi ali, continuando a beijá-la, longe de olhares invejosos eu aproveitaria melhor o nosso beijo. E foi o que eu fiz. E quando eu soltei os seus lábios ela abriu os olhos e me encarou.
- Desse jeito, vai se apaixonar por mim muito rápido, ursinho. – Ela me provocou e parecia de bom humor. Eu sorri pra ela.
- Pelo visto você encontrou o seu vestido. – Ela fez que sim e me empurrou, passando por mim e indo se sentar, me deixando ali, só com o seu perfume no ar e o seu gosto em minha boca.
- Você vai adorar! – Ela cruzou as pernas e sorriu, algo me dizia que esse vestido seria um castigo pra mim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...