“Cassandra Nomikos”
Eu nunca havia me sentido tão à vontade com um homem antes, sem me preocupar se estava agindo conforme ele esperava ou não. Havia um conforto na presença do Ignácio que eu não conseguia explicar, algo que simplesmente me deixava à vontade e que me permitia ser eu mesma. Ele era uma companhia agradável, calmo e sereno, um excelente ouvinte. Além de lindo.
Muitas mulheres que estavam naquele restaurante lançaram seus olhares de cobiça para o meu acompanhante, mulheres lindas, com corpos magrinhos e perfeitos, provavelmente um manequim trinta e seis, bem menor que o meu manequim quarenta e dois, com meus quadris maiores, meus seios mais fartos e minhas pernas grossas. Mas ele não olhou para nenhuma delas, parecia muito concentrado em mim, no que eu dizia e isso me deixou confiante.
Quando saímos do restaurante, ele não me ofereceu o braço, mas passou o seu braço pela minha cintura, com mais intimidade e seus dedos se apoiaram na curva da minha cintura como se tivessem sido moldados ali. Tudo dentro de mim se aqueceu.
- Eu adorei o nosso jantar. – Ele falou ao me deixar na porta de casa, literalmente, ele parou o carro, desceu e me levou até a porta.
- Eu também. – Eu sorri e me enchi de coragem. – E com certeza eu aceitarei o próximo convite.
- Ah, mas isso era tudo o que eu precisava ouvir, porque eu vou convidá-la para jantar comigo amanhã outra vez. – Ele falou com a sua voz calma e tranquila, com toda a confiança que um homem bonito tem.
- E eu vou adorar. – Eu sorri e ele segurou a minha mão.
- Cassandra, eu... – Ele parecia procurar uma inspiração, então riu. – Eu estou nervoso de novo.
- Nervoso, Ignácio? – Eu perguntei achando graça, era a segunda vez que ele dizia isso. – Um homem como você não deve ficar nervoso.
- Um homem como eu? – Ele me olhou esperando que eu explicasse.
- Sim, um homem como você, lindo e competente, gentil, educado. – Eu falei, sentindo a voz ficar um pouco presa na garganta.
- É que eu gostaria de fazer uma coisa, mas não sei se devo. – Ele falou e limpou a garganta.
- E o que seria? – Eu perguntei estreitando os olhos para olhar para ele, o que ele poderia querer?
- Eu quero te... – Mas a sua fala foi interrompida pelo meu adorável pai que abriu a porta inadvertidamente.
- Ah, você está aí, Ignácio! Me desculpem, eu ouvi o carro estacionar, mas a Cassandra não entrou e eu me preocupei. – Meu pai se justificou.
- Me perdoe, Sr. Nikos, eu me alonguei na despedida. É que sua filha é uma companhia adorável. – O Ignácio se apressou a se justificar.
- Não se desculpe, Ignácio, entre, vamos. – Meu pai ofereceu e eu notei os seus dedos melados.
- Papai, o senhor estava assaltando a geladeira de novo? – Eu perguntei porque sabia que minha mãe andava vigiando a dieta dele, mas ele se perdia por um doce.
- Ah, querida, não conte para a mamãe, mas ela trouxe baklavas e eu não resisti. – Meu pai me olhou como se implorasse para que eu guardasse seu segredo e o Ignácio riu, aparentemente achando a situação divertida. – Você precisa experimentar as baklavas dos meus restaurantes, Ignácio, são as melhores.
- Tenho certeza, Sr. Nikos, mas será em outra oportunidade. Eu lamento tê-lo atrapalhado e desejo uma boa noite. – O Ignácio se virou pra mim e deu um beijo em cada uma das minhas mãos e depois um beijo no meu rosto, mas foi um beijo mesmo, não apenas um encostar das faces. – Te vejo amanhã, Cassandra.
- Te vejo amanhã, Ignácio. – Eu sorri e o observei caminhar em direção ao carro, me virando para o meu pai só depois que o carro saiu.
- Gosto desse moço. – Meu pai sorriu. – Vem, vamos comer as baklavas enquanto você me conta.
- Papai, quantas o senhor já comeu? – Eu perguntei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...