“Nikolaos Nomikos”
Eu estava pronto para ir visitar a minha filha e levar finalmente os documentos para o imbecil do Maurice assinar. O trabalho que essa construtora estava me dando era absurdo, eu nunca vi nada mais mal administrado na vida. Mas eu estava me divertindo muito acabando com o brinquedinho do Maurice e pelo que eu estava sabendo a minha filha estava se divertindo muito fazendo do Maurice um brinquedinho.
- Sr. Nikos, tem uma moça querendo falar com o senhor. – A Sofia apareceu na porta quando eu estava me levantando.
- Está aí? – Eu perguntei.
- Sim. Ela disse que se chama Maria Luiza. É a mesma que eu contei para o senhor que veio aqui falar com a Mônica no dia que eles apresentaram aquele projeto tosco ao Mário Bianchi. – A Sofia tinha uma memória invejável.
- Hum! Manda entrar. – Eu me sentei outra vez e esperei.
A moça que entrou em minha sala era um tipo que me desagradava bastante, não por seu tipo físico porque era até bonitinha, mas pela arrogância que tinha nos olhos. Eu indiquei a cadeira e ela se sentou, altiva, como se o mundo devesse se curvar a ela.
- Então, senhorita, como posso ajudá-la? – Eu perguntei calmamente. Mas tinha a impressão que seria uma conversa desagradável.
- Eu vim cobrar o que o Maurice me deve! – Ela falou cheia de confiança.
- É, mesmo? E o que ele te deve? – Eu perguntei.
- O projeto do hotel SPA do Mário Bianchi. E um emprego, pelo servicinho sujo que eu prestei para ele no último ano. – Ela falou cheia de si e eu me dei conta, essa era a traidora da Monterrey Quintana.
- Ah, claro! Bom, vamos lá, primeiro, minha filha, que o emprego não vai ser possível, como você deve estar sabendo, essa empresa está falindo, não sei nem se vai conseguir pagar a todos que deve, o que leva a essa tal dívida que você diz. O projeto do Mário Bianchi que você roubou era uma fraude. – Eu comecei a rir, me lembrando do Tony contar como tinha sido aquela reunião. - O Maurice passou a maior vergonha da vida dele, uma das.
- O que o senhor está dizendo? – Ela me olhou sem compreender.
- Ora, querida, os seus antigos patrões armaram para flagrar o traidor, deixaram um projeto falso para você roubar. – Eu expliquei. – Bom, mas diante disso, você não tem nada a receber. E, ainda que tivesse, eu jamais pagaria uma ladra!
- Mas... – Ela me olhou confusa.
- Olha, eu sei bem que esse esqueminha sujo foi armado pela Mônica, então você pode cobrar dela, mas boa sorte em encontrá-la, porque aquela ratazana fugiu. – Eu avisei. – Agora, por favor, se retire porque eu tenho mais o que fazer.
A jovem se levantou completamente transtornada com tudo o que eu falei e saiu da sala. Seria bom que ela pensasse nas coisas ruins que fez e desse um jeito na vida.
- Sofia, estou indo ver a minha filha. Vou levar os documentos para o traste assinar, se precisar de algo me ligue. - Eu passei pela Sofia, a outra jovem já tinha ido embora.
Eu estava pronto para fazer algo que me doeria, mas eu precisava fazer, porque não ia sustentar a vida boa daquele traste e para isso precisaria sacrificar a minha filha um pouco. Ela morava na cobertura daquele traste desde que se casou e eu iria desalojá-los, mas precisava vender aquela cobertura para saldar as dívidas da Lanoy.
- Papai! – A Cassandra correu e pulou no meu pescoço quando me viu chegar. Ela e o traste estavam tomando sol na beirada da piscina.
- Querida! – Eu a abracei. – Oi, Totó. – Eu cumprimentei o traste, só para irritá-lo e funcionou, ele bufou de raiva, mas ele não podia falar nada, estava em minhas mãos agora. – Como você está, querida?
- Ai, papai, estou vivendo a vida dos meus sonhos! Meu maridinho fica ao meu lado vinte e quatro horas e faz todas as minhas vontades. – Ela respondeu satisfeita.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...