“Vera Borges”
Eu estava sentada naquele apartamento esperando o Luiz voltar, ele foi de novo até a casa da família da Letícia verificar. Onde aquelas idiotas tinham se metido? Todas as coisas que eu havia comprado para a Camila e a Letícia, inclusive as malas, estava tudo naquele casebre, elas não deviam estar muito longe.
A Camila não tinha ninguém a quem recorrer, a mãe havia morrido anos atrás de cirrose, literalmente bebeu até morrer e antes de morrer ainda deu a casa para um dos amantes dela. Então, elas só podiam estar com a família da Letícia. Mas onde eles estavam? Porque a Letícia também não tinha mais ninguém além dos pais e eles também não estavam na casa. Eu mandei fazerem uma busca, mas não havia nem sinal deles em canto nenhum, nada!Eles não tinha nem conta bancária para rastrear, nem telefone celular. Como eu encontraria essas duas?
- Mamãe, eu quero ir atrás do Martim. Eu poderia ficar morando aqui nesse apartamento, assim fica mais fácil. – A Alice agora começou a me infernizar com isso.
- Ah, você está doidinha pra ficar na vida boa, não é, Alice?! Mas não se esqueça, quem nos colocou nessa situação foi você mesma! – Eu respondi impaciente.
- Mamãe, você quer se vingar, eu também quero, então o melhor é eu colocar o meu plano em prática. – A Alice falou e eu respirei fundo para não gritar com ela no momento em que o Luiz entrou.
- Alice, vai dar uma volta, vai. E demora um pouquinho pra voltar. – Eu dei um dinheiro a ela, deveria ter feito isso antes, para me livrar dessa filha pródiga antes. Assim que ela saiu eu me virei para o Luiz. – Encontrou alguma pista?
- Nada, Rainha! Essas duas viraram fumaça. – Ele me respondeu.
- Não é possível! Elas não têm inteligência o suficiente para fugir assim, principalmente a Letícia. – Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo.
- É, para elas acreditarem que depois de concluírem esse trabalhinho seriam livres, são duas completas idiotas. – Ele riu e se sentou no sofá, colocando os meus pés em seu colo e começando a massageá-los.
- Nunca que meu irmão as deixaria livres. Depois desse trabalhinho elas voltariam para o bordel e quando já não servissem mais para os clientes seriam faxineiras, garçonetes, qualquer coisa assim, até não servirem para mais nada, aí as almas delas seriam libertadas dos seus corpos imundos. – Eu ri. Meu irmão não deixava ninguém sair vivo do negócio.
- É, mas deu ruim pra você, minha Rainha, elas fugiram e agora você precisa contar isso para o seu irmão, só ele tem meios para encontrá-las. E se ele ficar sabendo depois que o tempo passar, vai ser pior. – O Luiz me alertou e ele tinha razão, era melhor enfrentar a fúria do meu irmão logo para que ele conseguisse encontrar aquelas duas.
- Você está certo. - Eu peguei o celular sobre a mesa e fiz a chamada.
- O que é, Rainha? – Meu irmão atendeu com aquele mau humor cortante de sempre.
- Senhor, estou com problemas. – Eu falei logo, ele odiava que dessem voltas ao assunto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...