“Emiliano Quintana”
Eu já estava cansado dessa coisa de fingir para a Camila que eu não sabia de nada e fingir que estava acontecendo algo entre a Pilar e eu. Se bem que entre a Pilar e eu não era propriamente fingir, aquela bruxinha traiçoeira estava se divertindo às minhas custas e perturbando o meu juízo.
Depois que ela saiu do meu apartamento na noite anterior eu tive sérios problemas para dormir, bebi até entorpecer meus pensamentos e quando peguei no sono, minha mente foi invadida pelas imagens dela balançando aquele quadril na minha frente, dos seus seios perfeitos se exibindo para mim e da sua boca feita para beijar se aproximando da minha.
Mas é claro que ela não estava satisfeita, ela apareceu para trabalhar hoje com aquele vestido que era tão justo que parecia que ela estava embalada a vácuo, todas as suas lindas curvas desenhadas naquele tecido. E quando ela caiu daquela escada? Não, caiu não, porque eu tenho certeza de que ela se jogou. O calor do seu corpo, o cheiro de coco dos seus cabelos, aquela boca vermelha que parecia um imã pra minha...
- Emiliano... EMILIANO! – A Camila gritou. – Presta atenção no que eu estou te dizendo!
A Camila estava falando e eu não fazia idéia do que, meus pensamentos estavam totalmente perturbados por aquela menina. Ai, não ia ter perdão de deus pra mim. Eu me afundei na cadeira sentindo que a ira dos irmãos Monterrey recairia sobre mim com a pesada espada da justiça.
- EMILIANO! – A Camila gritou mais uma vez.
- Ai, Camila, tá bom, agora para de gritar. – Eu respirei fundo e a encarei. – Senta, Camila. Vamos conversar como pessoas civilizadas e educadas. – A Camila se sentou. – Agora me diz, qual é o problema?
- QUAL É O PROBLEMA, EMILIANO? VOCÊ AINDA PERGUNTA. – A Camila voltou a gritar.
- Chega, Camila! Ou você fala baixo ou isso não vai funcionar. – Eu já estava sem paciência, queria que ela saísse dali e não aparecesse na minha frente nunca mais, para que eu pudesse resolver o meu outro problema, o que causaria a minha condenação ao inferno.
- Então me explica, Emiliano, porque eu fiquei esperando por você a noite inteira? – A Camila se calou e me encarou.
- Ah, o problema todo é esse? Câmi, eu voltei para o escritório e acabei perdendo a hora, fiquei trabalhando até tarde, olha eu estou até com olheira. – Eu apontei para os círculos arroxeados nos meus olhos, isso era verdade eu não tinha dormido bem.
- Ficou trabalhando com a sua nova assistente pessoal? – A Camila perguntou.
Eu tinha que concordar como o Martim, ela estava com raiva e sentindo na pele como era ruim ser passado para trás e a Pilar realmente era uma diabinha perversa, estava infernizando a Camila, mas no processo estava me enlouquecendo.
- Não, Câmi, fiquei sozinho, a Pipa estuda à noite, esqueceu? – Eu suavizei a voz.
- A Pipa, a Pipa... ai que chato! – A Camila reclamou. – Olha, Emiliano, eu vou acreditar em você dessa vez.
Eu não tinha mais nenhuma dúvida, essa mulher estava interessada em alguma coisa, porque qualquer outra já teria me mandado para o inferno, mas a Camila estava engolindo o sapo. Mas por quê? O que ela queria? Talvez a Abi e o Martim estivessem certos e nós precisávamos saber qual era a razão dela estar aqui.
- Camila, eu estou com muito trabalho atrasado, vai pra casa, assim que eu puder eu passo por lá. – Eu tentei convencê-la com a voz calma.
- Hum, já está me mandando embora e nem me deu um beijo ainda. Isso magoa, Emiliano. – A Camila fez uma voz chorosa.
Eu não queria ter que beijá-la, mas se quisesse descobrir o que ela queria, sacrifícios teriam que ser feitos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...