“Camila Fernandes”
Esse tempo todo eu precisava de um aliado e ele estava bem debaixo do meu nariz! Como eu não tinha pensado nisso antes? Ontem, quando eu vi as fotos sobre a mesa do Emiliano eu pensei que resolveria meus problemas, porque se a Abigail traísse o Martim, o Emiliano também se sentiria traído e aí eu poderia virar o jogo a meu favor. Mas eu não tive tanta sorte. Contudo, o Emiliano acabou me dando a melhor idéia do mundo.
- A senhorita pode entrar agora.
A secretária finalmente me chamou, ela abriu a porta e eu entrei naquele escritório sem graça, grande, mas sem nenhuma personalidade, não era convidativo e elegante como o do Emiliano, era apenas um escritório como qualquer outro.
- Srta. Camila Fernandes. – O Maurice se levantou e veio em minha direção. – Eu estou curioso. O que a namorada do paspalho do Emiliano Quintana quer comigo?
- Hã-hã! Namorada, não, noiva. – Eu o corrigi.
- Ah, me desculpe, é que eu não vi o seu anel. Mas diga, o que você faz aqui? – Ele insistiu.
A observação dele sobre a falta de anel em meu dedo me incomodou profundamente. Eu me sentia como se o Emiliano tivesse retirado aquele pedido ridículo de casamento.
- Você foi atrás da Abigail ontem e pelo que eu soube, não deu certo. – Eu joguei a isca.
- Você acha? Como você soube disso? – Ele me encarou.
- Eu vi as fotos que você mandou. – Eu tinha certeza de que aquilo era obra dele e se eu havia ligado os pontos, imagina o Martim.
- Sente-se, por favor. – Ele apontou a cadeira em frente a sua mesa e eu me sentei. – Então, Camila, posso chamá-la assim?
- Claro, Maurice. – Eu respondi e ele deu um sorrisinho cafajeste.
- Eu ainda não entendi onde você quer chegar. – Ele se fez de inocente, logo pra cima de mim, coitado.
- A cafeteria tem câmera e a Abigail conseguiu o vídeo com som e imagem em alta definição, ou seja, o que quer que você tenha planejado, foi desmascarado. – Eu falei e ele praguejou.
- Então não adiantou nada. Aquele Martim é um cretino de sorte. – Ele reclamou.
- É, ele é, e a Abigail parece ser um poço de virtudes. – Eu bufei.
- Pelo visto você não gosta dela. – Ele observou.
- Nem um pouco. Na verdade eu a detesto, ela torna a minha vida impossível! Por isso estou aqui. Eu quero me livrar dela. – Eu falei diretamente.
- E eu quero roubá-la dele. – Ele me retribuiu com a mesma sinceridade.
- Pra mim, parece que podemos nos ajudar. – Eu constatei.
- Parece. – Ele concordou.
- Eu vim te propor uma aliança, Maurice. – Eu o encarei com um sorriso.
- Que tipo de aliança? – Ele estreitou os olhos.
- O que você quer exatamente, a arquiteta ou a mulher? – Eu perguntei para entender melhor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...