“Cassandra Lanoy”
O Maurice era um grande cretino mesmo, e se ele pensava que ia me usar, ele realmente não sabia com quem tinha se casado. Mas esse era o erro que todos cometiam comigo, se deixavam levar pelas aparências, pensavam que por eu não trabalhar e viver minha vida de madame eu era uma desmiolada. Mas eu não era! Eu sabia muito bem manejar as coisas, sabia o que queria e eu queria o Maurice, o quis assim que o conheci e fiz os nossos caminhos se cruzarem. Eu era uma predadora. Ele sim é um estúpido que se acha esperto.
- Ah, minha menininha veio me visitar! – Meu pai se levantou e abriu os braços quando me viu chegar em sua casa.
- Papai! Não seja dramático, eu venho sempre. – Eu sorri e dei um beijo nele.
- Mas eu sinto sua falta nessa casa, querida! Vem, vamos nos sentar. – Ele passou a mão pelo meu ombro e nós caminhamos até o sofá.
- Onde está a mamãe? – Eu perguntei.
- No escritório, por isso te falei para vir pra cá. Você sabe, ela não gosta do seu marido, eu também não, a diferença é que eu faço o que você me pede e ela manda você se divorciar. – Ele sorriu. – O que aquele imbecil fez agora?
- Papai, o senhor conhece os donos da Monterrey Quintana? – Eu achei melhor começar sabendo um pouco mais dos inimigos do meu marido.
- Ah, sim, tenho as melhores referências desses dois. Quem me dera você tivesse escolhido um deles. Sabe, as mulheres se jogam aos pés deles, são uns tipos bonitões, como eu assim! – Meu pai abriu um sorriso, estava fazendo piada como sempre. – Por que o interesse, já está pensando no próximo marido?
- Não, ainda não enjoei do primeiro! – Eu ri. – Realmente o Martim e o Emiliano são muito bonitos, mas o Martim está casado, o senhor sabia?
- Não sabia. Não me diga que se reconciliou com a noiva que o abandonou no altar? – Meu pai era um homem de negócios, mas adorava uma novidade.
- Não, é outra, Abigail o nome dela. Muito bonita a esposa dele, tão bonita que o meu marido resolveu assediá-la. – Eu falei e o meu pai desfez o sorriso.
- Muito bem, o que exatamente aconteceu? – Meu pai quis saber.
Eu contei ao meu pai sobre a visita inusitada que eu recebi e sobre o vídeo que eu vi. Contei sobre como a tal Abigail foi gentil e como ela me pareceu ser uma mulher de classe, mesmo não ostentando luxo e riqueza.
- E você está preocupada que o seu marido insista e ela acabe caindo nas garras dele? – Meu perguntou ao final.
- Não, isso não vai acontecer. Ela e o marido parecem muito unidos. Além do mais, com um homem como aquele Martim Monterrey, tem que ser muito burra para arrumar um amante. Duvido que exista um homem que se compare com ele, lindo, com dois olhos verdes que parecem duas esmeraldas, e ele tem uma coisa que... enfim, dá pra ver de longe que ele é mil vezes melhor que o Maurice. – Eu sabia que a Abigail pisaria no Maurice como se ele fosse uma barata.
- Então qual o problema? – Meu pai insistiu.
- Papai, o de sempre! A vagabunda da Mônica e aquela maldita empresa. – Era sempre a mesma coisa, o Maurice sempre me deixava por causa dessas duas coisas.
- Não gosto que vocês use essas palavras, você é uma mulher bem educada. – E o meu pai ia se preocupar com o meu vocabulário nessa hora.
- Ah, não devo dizer vagabunda? Piranha fica melhor? É acho que o senhor tem razão. – Eu respondi e ele começou a rir.
- Filhinha, diga mulher fácil ou mulher de reputação duvidosa, é mais educado e combina mais com você. – Meu pai sugeriu e foi minha vez de rir, ele sempre tinha um jeito educado para xingar.
- Ai, papai! Esquece o meu vocabulário e se presta atenção no que importa. – Eu pedi, ainda rindo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...