“Abigail Zapata Monterrey”
O Emiliano passou a manhã inteira me rondando, mas sempre que ele vinha falar comigo o Martim aparecia e ele disfarçava. Eu sabia que ele queria falar sobre a Pilar e tinha certeza que ele sabia que ela tinha me contado tudo. E olha a situação em que eu fiquei, no meio disso e sem poder contar nada para o Martim.
Na hora do almoço, eu saí com o Martim e o Emiliano para encontrar o Tony e quando passamos pela recepção o Emiliano fez de conta que não tinha visto a Pilar ali e ela, por sua vez, pegou o telefone, certamente estava fingindo que atendia a uma ligação. Esses dois me deixariam louca.
- Garotos! – O Tony atendeu a porta com um grande sorriso e me abraçou. – Como você está, querida?
- Eu estou ótima, Tony! – Eu retribuí seu abraço e seu carinho.
- Seu marido continua te tratando bem? – O Tony perguntou em tom de brincadeira.
- Meu marido é uma besta, Tony, mas ele tem seus momentos de iluminação. – Eu sorri e encarei o Martim que me sorriu de volta.
- Entrem, entrem. Eu pedi comida naquele restaurante que você gosta. – O Tony falou e caminhou abraçado comigo até a pequena mesa que já estava posta a nossa espera.
Enquanto almoçávamos o Tony contava ao Martim sobre como eu era quando criança, relembrando os meus maiores vexames para contar ao meu marido e fazendo o Emiliano e o Martim quase rolarem de tanto rir. Mas depois do almoço, veio a parte séria, o Tony tinha coisas importantes para falar.
- O que aconteceu, Tony? Você disse que o Maurice teria problemas com a fiscalização, mas até agora vai tudo muito bem pra ele. – Eu queria mais do que nunca colocar freio no Maurice, para que ele não pensasse mais que pudesse mexer comigo ou com o meu casamento.
- Deveria ter tido, mas o Maurice subornou os fiscais. – O Tony respondeu e ele não precisava dizer mais nada, eu sabia como aquele esquema sujo funcionava.
- Mas isso é um crime, Tony! – O Emiliano reagiu.
- Que como todo crime precisa ser provado e eu ainda não sei como, pois o Maurice é muito esperto quando se trata de jogar sujo. – O Tony pontuou e eu não poderia discordar.
O Tony nos explicou detalhadamente como descobriu que o Maurice estava subornando os fiscais para que liberassem as obras dele.
- O que fazemos, Tony? – O Martim quis saber.
- Eu fiz uma denúncia, os fiscais serão investigados e, se eles não tiverem sido tão espertos quanto o Maurice, nós poderemos pegá-los e por meio deles pegar o Maurice. – O Tony explicou.
- E até lá torcemos para que nenhum dos prédios dele caia. – O Martim não estava contente com isso.
- Na verdade, eu estou fazendo mais do que isso. Eu entrei em contato com alguns amigos que conhecem alguns clientes do Maurice e sugeri que eles deveriam auditar e fiscalizar as obras. Acredite, eu os deixei bastante intrigados, eles vão começar a acatar a minha sugestão. Além do mais o Mário deu uma ajudinha. – O Tony sorriu. Ele conhecia muitas pessoas, sempre saía com essa de que tinha um amigo e esse amigo tinha um amigo.
- E assim que os clientes descobrirem as falhas na construção, eles mesmos podem embargar as obras. – O Martim pareceu satisfeito com isso. – E você acha que isso pode ser rápido?
- Acredito que em no máximo até o final de semana todos eles já tenham se movimentado. – O Tony estava muito confiante.
Depois de conversarmos mais um pouco sobre a Lanoy, o Tony me chamou até o quarto, disse que tinha uns papéis dos negócios do meu pai para que eu desse uma olhada. Nós deixamos o Emiliano e o Martim conversando na pequena sala e fomos ao quarto.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...