“Pilar Monterrey”
Depois que a Abigail e eu acompanhamos a chata da Maria Luiza até o lado de fora da empresa, eu finalmente ocupei o meu posto na recepção da Monterrey Quintana. Não era nada difícil, só atender a recepção, o telefone, distribuir correspondências, coisas do tipo. E eu ainda teria bastante tempo para estudar e manter minhas boas notas na faculdade.
Mas apesar da Abigail ter me apresentado formalmente para todos na empresa, eu estava meio aborrecida, pois ninguém parecia interessado em falar comigo. Então parecia que eu só conversaria com alguém se o telefone tocasse. E ele tocou, tocou até bastante e já era quase hora do almoço quando eu recebi uma ligação no mínimo estranha.
- Monter... – Eu fui interrompida antes mesmo de chegar ao final da primeira palavra.
- Escuta aqui, Maria Luiza, a Câmi está te pagando para que você me passe informações e até agora ela pagou, mas eu não recebi nenhuma informação! Anda, eu preciso saber onde o Martim vai estar, com quem, pra quê, se a sem noção da Abigail vai estar com ele, tudo. Anda, desembucha! – Eu ouvi aquele desfile de palavras um tanto surpresa e eu conhecia aquela voz e o apelido citado.
- Letícia? – Eu perguntei ainda um pouco confusa.
- Quem está falando? – Era a Letícia, eu tinha certeza!
- Pra quê você quer saber a agenda do meu irmão, periguete burra? – Eu perguntei, mas ela desligou o telefone.
Eu ainda estava pensando no que eu tinha ouvido quando o telefone tocou de novo.
- Monterrey Quintana, bom dia! – Eu atendi e eu gostava ainda menos da voz que eu ouvi do outro lado.
- Quem está falando? – A Camila perguntou bruscamente.
- Que educada! Aqui é a Pilar Monterrey, Camila. Ligou pra conferir a bola fora que a sua priminha deu? Quem diria, hein, pagar a recepcionista para passar informações do meu irmão? Que coisa feia! – Eu a provoquei.
- Eu não sei do que você está falando, Pilar. – A sonsa ia tentar se safar dessa, mas eu sabia bem o que tinha escutado.
- Ah, querida, sabe sim! Sua prima nem esperou que eu desse bom dia, acredita? – Eu puxei a corda um pouco mais, mas essa era esperta, ela iria tentar me enrolar.
- Querida, eu realmente não sei do que você está falando. Mas, me conta, foi passar o dia no trabalho do irmão mais velho, menina? – A Camila era insuportável, mas agora que eu estava aqui eu infernizaria a vida dela o máximo que eu pudesse.
- Não, querida, é que algumas pessoas gostam de fazer coisas úteis da vida, eu agora trabalho aqui. – Eu praticamente a chamei de preguiçosa, porque era isso que ela era. – Sabe como é, eu não quero ter a sua idade e não ter nenhuma ocupação como você. Isso é tão fora de moda.
- Ai, menininha, é que eu posso fazer com a minha vida o que eu bem quiser. – Ela respondeu e eu tive vontade de mandá-la ir ciscar o milho bem longe de nós. – Me diz, já que você agora trabalha aí, pelo visto na recepção, a Maria Luiza foi promovida?
- Ah, foi, ela foi promovida. – Eu quase ri! Aquela era outra, até fingia que trabalhava, mas não sabia fazer nada além de lixar as próprias unhas. – Ela foi promovida ao olho da rua, querida! Justamente por ficar fofocando para os outros o que acontecia aqui no escritório.
Eu resolvi deixar a Camila com medo, já que a Maria Luiza era uma fofoqueira vendida e que a Camila a estava pagando para ter informações sobre o meu irmão para a idiota da prima dela, seria divertido deixá-la com medo. Ela não precisava saber por que a Maria Luiza havia sido demitida, pelo menos ela não precisava saber por mim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...