“Abigail Zapata Monterrey”
O fim de semana tinha sido bem divertido, apesar da Magda e do Enrico. A ressaca da Magda foi colossal, no domingo ela parecia um zumbi, andando pela casa de óculos escuros e fugindo de barulho. Como o Tomás previu, ela estava muito irritada, até correu atrás dele com a vassoura empunhada para o alto quando ele a irritou.
Mas eu estava ansiosa pela segunda, não via a hora de me livrar da Marilú! Nós fomos para o escritório e levamos a Pilar, tadinha, ela tinha ficado arrasada depois de ouvir o Emiliano falando da Camila com o Martim, do quanto ele estava apaixonado e essas coisas. Eu entendia bem o que a Pilar estava sentindo, até falei com ela que se não quisesse o emprego no escritório que estaria tudo bem, mas ela disse que o emprego seria bom mesmo pra ela, então, aqui estávamos, segunda de manhã, entrando na Monterrey Quintana.
- Bom dia, Marilú! Como está o seu dia? O meu está fantástico! – Eu me debrucei sobre o balcão e a Maria Luiza me deu um sorriso falso.
- Meu dia acabou de ficar nublado, Abigail. – Ela respondeu, era tão óbvio que ela me detestava.
- Espera só pra ver, vai cair uma tempestade sobre a sua cabeça. – Eu falei e saí em direção a minha sala abraçada ao Martim. E quando estávamos a uma distância que ela poderia ver as nossas costas, eu dei uma boa apertada naquela bunda linda que o meu marido tinha, dei uma olhadinha para trás e a vi espumando de raiva.
- Você é impossível, Abi! Eu sei bem porque você fez isso. – O Martim falou baixo e deu um beijo na minha cabeça.
- Ursinho, o que eu posso fazer, você é uma delícia! – Eu me virei para ele e dei um beijo em sua boca.
- Vocês dois são meio pegajosos. – A Pilar riu.
- Anda, vamos ver se o rato caiu na ratoeira, minha insuportável. – O Martim riu e nós fomos para a minha sala, o Emiliano entrou em seguida.
Quando o computador ligou, eu baixei as imagens das câmeras que eu tinha instalado na minha sala, na do Martim e na do Emiliano, eram micro câmeras acopladas a porta-retratos sobre as mesas, elas mostravam exatamente a mesa e a tela do computador em cada uma das salas.
Nos três vídeos as imagens eram semelhantes, as três mostravam que a Maria Luiza, essa manhã, verificou os três computadores. Como ela tinha as senhas eu não sabia, mas ela tinha. Ela acessou as três máquinas e da minha ela copiou em um pen drive o arquivo que eu deixei de isca. Depois, na minha sala, ela fotografou as plantas que eu havia deixado ali.
- Não acredito! – O Emiliano olhava estarrecido para a tela. – Essa vigarista... é ela quem esteve nos roubando o tempo todo!
- Como você sabia, Abi? – O Martim me perguntou.
- Sexto sentido! Eu desconfiei, porque ninguém lixa tanto as unhas. O que ela faz é ficar de olho em tudo o que fazemos e falamos aqui. O tempo todo ligadinha no movimento. Se você olhar pelo escritório, todos os outros hora ou outra vão estar ocupados de verdade, ela não, está sempre voando por aí e ela tem acesso a todas as agendas do escritório. Ela sabe tudo, quem entra, quem sai, com quem vocês falam. Tem os dados dos clientes. Simplesmente tudo, sem levantar suspeita. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi que um dia um dos engenheiros comentou comigo que ela foi a única que ficou arrasada quando a Mônica saiu da empresa, ninguém mais ligou porque a Mônica era uma falsa, que maltratava todo mundo pelas costas de vocês. – Eu expliquei e eles me olharam surpresos.
- E a gente nunca soube disso. – O Emiliano comentou.
- Vocês são os chefes, queridos, ninguém fofoca com o chefe! – Eu sorri pra eles.
- Tá, nós agora sabemos quem é o informante da Magda e podemos mandá-la embora por justa causa, mas nós vamos perder o cliente do hotel SPA, ela copiou tudo. – O Emiliano choramingou.
- Assim você até ofende a minha inteligência, Emi! – Eu reclamei. – A proposta e o projeto do hotel SPA estavam comigo, em segurança, lá em casa.
- Por isso o nosso quarto estava trancado a chave o fim de semana inteiro? – O Martim sorriu. – Coelhinha, você é demais! Eu acho que eu te devo desculpas.
- Me deve desculpas por que, ursinho?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
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