“Tomás Zapata”
Mas a Magda era uma figura mesmo. Eu tinha a impressão de que essa mulher tinha muito mais camadas do que apenas a da madrasta má que odeia a enteada. E eu realmente me divertia a atormentando. Ela estava tão brava que eu decidi convidá-la para dar uma volta, mas eu tinha certeza de que ela me atiraria o capacete quando visse a moto, só que não, ela subiu e foi comigo.
Foi até agradável, ela ficou quietinha curtindo a música e virando um gin tônica atrás do outro. Eu dei corda, queria ver essa madame, cheia de não me toques, descer do salto, como dizem. E ela desceu, como se nem fosse a madame mais, e bêbada ela era uma mulher muito divertida.
Nós subimos na moto e voltamos para casa, ela ria e cantava agarrada a minha cintura, enquanto eu pilotava e quando ela desceu da moto, quase caiu de cara no chão, mas eu consegui segurá-la, a peguei pela cintura e a ajudei a ir até a porta. Ela mal parava de pé, mas estava achando tudo tão engraçado, falando com a língua enrolada e a voz arrastada. Quando entramos na casa ela estava rindo e olhando para mim e eu não me aguentei e ria com ela.
Estavam todos na sala e, com a nossa entrada um tanto barulhenta, todos se viraram para nos olhar como se estivessem vendo algo sobrenatural.
- Mamãe! – O Enrico falou ao nos ver, ô pessoa irritante!
- Sssshhh! Fala baixo. – Ela respondeu e começou a rir, aquela risada divertida que denuncia que uma mulher está embriagada.
- Você está bêbada? – O Enrico olhou para a mãe como se a recriminasse. E ela riu de novo.
- Não, não tô! – Ela agitou o dedo no ar em negativa. – Eu tô de borre! – Eu não me aguentei e comecei a rir, a madame bêbada era uma figura!
Mas eu não fui o único que achei graça daquilo, todo mundo riu e a madame riu ainda mais. Eu percebi a diversão brilhando nos olhos da Abi ao ver a madrasta caindo de bêbada e agindo de forma tão natural.
- Ô, bonequinho, vem cá e ajuda a tia, ela precisa ir pra cama. E deixa uma lixeira perto dela porque ela vai precisar. – Eu chamei aquele chato do Enrico.
- Você é um garoto malvado, me deixou ficar de borre! – Ela falou apontando o dedo pra mim quando o Enrico se aproximou e a pegou e então a ajudou a subir as escadas.
E ela subiu as escadas rindo não sei de quê e quase caindo porque o Enrico era um molengão.
- Vai explicar isso, Tom? – A Nat me olhou como se me recriminasse. – Foi socializar com o inimigo?
- Nat, não seja chata como o Enrico. Só levei a madame pra passear um pouco, a gente sentou num bar, ouviu música e ela encheu a cara, nada demais. Amanhã vai estar com uma dor de cabeça tão grande que qualquer coisa que a gente aprontar vai fazê-la querer nos matar. – Eu falei e me sentei. – Abi, eu jamais te trairia. – Deixei bem claro para a minha cunhada.
- Eu sei, Tom, relaxa! Eu achei até divertido ver a Magda bêbada. Esperem pra ver a ressaca moral da madame que perdeu o controle. – A Abi riu. – Tom, foi bom você sair com ela um pouco, se ela ficasse ia estressar todo mundo, obrigada.
- Olha, eu nunca tinha visto a Magda bêbada. – O Emiliano riu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...