“Magda Zapata”
Eu estava irritada, zangada de verdade. O Enrico não era nenhum gênio, mas se juntar à Abigail e à quadrilha de irmãos para colocar o Ulisses para correr, isso foi demais! Eu precisava dar um jeito de sossegar o Enrico, ele sempre detestou o Ulisses e eu nunca soube porque, afinal, ele não se importava com os outros, nunca se importou.
Mas agora eu tinha perdido a minha chance de conseguir o apoio do Ulisses, de manipulá-lo para me ajudar com aquele juiz, agora que ele sabia que eu não poderia me casar e nem mesmo ter um amante, ele não moveria uma palha para prejudicar a Abigail. E ainda por cima, eu perdi a chance de passar um fim de semana agradável, de ir a um bom restaurante, beber um bom vinho. Ah, eu poderia matar todos esses enxeridos.
- Tia. – Ah, e aí vinha o pior de todos, o Tomás!
- EU NÃO SOU SUA TIA! – Eu gritei com aquele folgado, estava tão irritada que sapateei ali, no meio do jardim.
- Calma, tia, calma! Olha só, me escuta, o Uli vacilou, onde já se viu sair correndo daquele jeito. Eu entendo a senhora, por isso eu vim aqui oferecer um apoio e convidar a senhora para dar uma volta. Vamos, vou levar a senhora num lugar legal. – Aquele abusado estava sendo gentil, isso só podia ser armação.
- E você por acaso conhece bons lugares, garoto? – Eu cruzei os braços e o encarei.
- Ô, tia, quê isso, eu só conheço os melhores! – Ele era muito confiante, mas ele não era um pobretão, os Monterrey não tinham a fortuna dos Zapata, mas tinham dinheiro, esse menino deveria mesmo conhecer bons lugares.
- Você não está tentando aprontar nada, está, garoto? Porque eu já te aviso, se você aprontar alguma comigo, hoje eu sou capaz de te matar! – Eu o encarei e ele levantou as mãos.
- Palavra que não, tia! Só quero te animar um pouquinho. – Ele me encarou e eu decidi confiar, afinal, o que poderia ser pior? Eu não conseguia ficar naquela casa naquele momento, então era melhor sair mesmo.
- Está bem, eu vou com você, mas você está avisado! – Eu o encarei e ele sorriu, aquele sorrisinho confiante, assim meio divertido e sexy, que parecia ser a marca registrada desses irmãos. Eu já estava curiosa para conhecer o pai deles, porque feios eles não eram, muito pelo contrário.
Ele me ofereceu o braço como um cavalheiro e me levou até o carro dele, mas parou de frente a algo que eu fiquei olhando sem entender.
- Qual é o seu carro afinal? – Eu perguntei.
- Carro? Ih, tia... – Ele pegou um capacete vermelho e colocou na minha cabeça. – Nós vamos na minha moto!
- Mas de jeito nenhum! – Eu reclamei e tirei o capacete da cabeça. – Eu em cima de uma moto? Está maluco? Eu sou uma dama, garoto?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...