Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 104

“Abigail Zapata Monterrey”

Eu tinha os melhores cunhados do mundo! Eu nunca duvidei disso, mas essa manhã, quando a Pilar me ligou tão cedo, sussurrando ao telefone que tinha uma coisa pra contar, a minha certeza de que eu sempre poderia contar com eles se tornou uma rocha.

A Pilar começou dizendo que ouviu tudo muito por acaso, o que eu sabia que era uma grande mentira, ela andava ouvindo atrás das portas sempre que podia, estava tão desesperada quanto eu para pegar um deslize da Magda.

Ela me contou sobre o amiguinho da Magda que ia chegar para o fim de semana, que era amigo do juiz, e que nós deveríamos fazer com que a Magda deixasse de contar com o apoio dele, o que eu achei interessante. Mas ela também me contou sobre ter ouvido a Magda dizer que precisava encontrar a Maria Luiza. E eu fiquei pensando, o que a Maria Luiza tinha a ver com a Magda? Elas nem se conheciam, nunca tinham se visto, nem no casamento a Maria Luiza foi. Eu tinha que descobrir isso.

Porém, o urgente mesmo era preparar a armadilha para a chegada do amiguinho da Magda, porque é claro que meus cunhadinhos já tinham pensado em tudo e me convenceram que, como o sujeito era amigo do juiz, seria melhor se mantivéssemos ele e a Magda debaixo dos nossos olhos. Mas aqueles doidos não pararam por aí, decidiram que teríamos que nos comportar bem com a Magda, assim, se ela contasse as coisas que aconteciam por aqui, nada teria valor, pois o amigo veria que estávamos sendo encantadores com ela.

Só que eu não estava preparada para quem eu vi quando entrei na cozinha. O Ulisses tinha sido amigo do meu pai por muitos anos e foi ele quem apresentou a Magda ao meu pai. Eu me lembro que ele andava muito empolgado com a nova namorada e a levou na festa de aniversário do meu pai. Claro que ela viu a oportunidade, meu pai era um homem bonito, apesar de muito mais velho que ela e ele tinha muito mais dinheiro que o Ulisses, e foi por isso que a Magda se interessou. Ela deixou o Ulisses e se casou com o meu pai um mês depois e aí a minha vida virou um inferno. O Ulisses e o meu pai tiveram uma briga horrível, eu ainda lembro de ouvir os gritos no segundo andar da casa. E depois disso, uma amizade de anos foi desfeita para sempre. Agora eu tinha o Ulisses de pé na minha cozinha, depois de tanto tempo.

Eu observei o Tomás levando o Ulisses para a mesa e todos os outros o cercando de atenção, então eu me virei para a Magda.

- O Ulisses, Magda? Isso é sério? – Eu a encarei e o desgosto em seu rosto era evidente. Então eu me aproximei e abaixei ainda mais a voz. – Vê se não vai deixá-lo de novo por uma montanha de dinheiro, hein?! Seria uma terrível desilusão para o coitado.

- Abigail... – A Magda estava espumando de raiva.

- Anda, querida madrasta, vamos nos juntar aos outros e ouvir as agradáveis histórias do seu passado. – Eu ri e fui me juntar aos outros, sabia que o Ulisses teria muita coisa pra contar.

- Uli, você não se importa de tomar café na cozinha não, né?! – O Tomás perguntou servindo ao Ulisses uma generosa fatia de bolo.

- Não, meu jovem, eu acho agradável esse clima descontraído e sem cerimônia. – O Ulisses sorriu. Eu me lembrava dele sorrindo e sendo gentil comigo depois que a minha mãe morreu. – Eu sinto muito pelo seu pai, Abigail.

- Eu sei, Ulisses! – Eu dei um sorriso, mas sabia bem que ele não sentia nada, estava bem gostando da oportunidade de reconquistar a cobra platinada. Mas será que ele sabia do testamento?

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