Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 287

~ Nathaniel ~

Terminei a ligação rapidamente, prometendo ao cliente turco que resolveria a questão quando voltasse ao escritório. Quando me aproximei da porta do consultório, estava prestes a entrar quando ouvi a voz de Anne, baixa e carregada de uma emoção que fez meu coração apertar.

— ...eu gosto muito do Nate. Muito mesmo. Mais do que imaginei que fosse possível gostar de alguém. Mas tenho medo de estar perdendo tempo novamente... de me envolver com alguém que não quer construir um futuro de verdade. Alguém que não quer casar e não quer filhos...

Congelei na entrada, as palavras dela ecoaram na minha mente, misturando-se com uma memória vívida daquela primeira conversa no avião, quando ela havia mencionado que queria filhos. Na época, aquilo não me disse muito, afinal, não imaginava que aquela maluquinha com medo de morrer por causa de uma turbulência se transformaria no amor da minha vida, mas agora...

— Eu não quero acordar daqui a cinco anos e perceber que desperdicei os melhores anos da minha vida com alguém que não tinha os mesmos sonhos que eu. Não quero...

Meu pé esbarrou involuntariamente no batente da porta, fazendo um ruído abafado que ecoou no silêncio do consultório.

Anne se virou rapidamente, seus olhos encontrando os meus na penumbra. Mesmo na luz fraca do celular, pude ver o rubor subindo por suas bochechas quando percebeu que eu havia chegado.

— O que você ouviu? — perguntou, sua voz saindo menor do que o normal.

Respirei fundo, preparando-me para uma conversa que sabia ser inevitável. Filhos. Era algo que eu vagamente pensava como "um dia no futuro", mas nunca havia realmente considerado seriamente. Pelo menos não até conhecer Anne.

— Anne, eu... — comecei, mas fui interrompido por passos apressados no quintal.

— Gente! — Sarah (a humana) apareceu na porta, praticamente sem fôlego de excitação. — Está nevando!

O momento tenso entre Anne e eu se desfez instantaneamente. Sarah correu de volta em direção à casa, gritando para os outros sobre a neve, e pude ouvir exclamações animadas vindo de dentro da casa principal.

— Neve? — Anne repetiu, se levantando rapidamente. — De verdade?

Antes que eu pudesse responder, ela já estava se dirigindo à porta. Quando saímos do consultório, flocos delicados de neve caíam do céu escuro, iluminados pelas luzes que haviam voltado na casa. Não era uma nevasca pesada, mas o suficiente para cobrir o quintal com uma fina camada branca que brilhava sob a luz dourada das janelas.

Oliver e Sarah já estavam no meio do quintal, de braços abertos, tentando pegar flocos com a língua como crianças. Minha mão havia saído pela porta dos fundos, sorrindo amplamente, enquanto meu pai observava da varanda com aquela expressão de satisfação paterna.

Tori também havia se juntado ao grupo, embora tentasse manter sua elegância mesmo na neve, pisando cuidadosamente para não danificar seus sapatos.

— Meu Deus — Anne sussurrou ao meu lado, estendendo a mão para sentir os flocos caírem em sua palma. — É... mágico.

— Primeira vez vendo neve? — perguntei, observando sua expressão de completo deslumbramento.

— Primeira vez — confirmou, girando lentamente de braços abertos, deixando que os flocos caíssem em seu rosto. — É diferente do que eu imaginava. Mais suave, mais... silenciosa.

Havia algo absolutamente encantador na forma como ela estava experimentando aquele momento. Sua alegria era contagiante e genuína, sem nenhum tipo de reserva ou autoproteção. Era pura Anne - aberta, honesta, vivendo completamente o presente.

— É assim que você se sente tocando neve pela primeira vez? — perguntei, me aproximando dela.

— É como... pequenos beijos gelados — disse, rindo da própria descrição. — Soa ridículo, eu sei.

— Não soa — respondi, estendendo minha própria mão para sentir os flocos. — Soa poético.

Anne se abaixou e pegou um punhado de neve fresca que havia se acumulado próximo aos arbustos do jardim. Observou por alguns segundos, claramente fascinada pela textura, antes de moldá-la em suas mãos.

— Posso fazer uma bola de neve? — perguntou, como se pedisse permissão para algo travesso.

— Claro que pode — respondi, rindo de sua empolgação.

Ela começou a moldar a neve em uma pequena bola, concentrada como uma criança em um projeto importante. Quando terminou, me olhou com um sorriso maroto que imediatamente me alertou para suas intenções.

— Você não vai... — comecei, mas não consegui terminar a frase antes dela atirar a bolinha de neve diretamente no meu peito.

— Primeira bola de neve da minha vida! — declarou, rindo quando viu minha expressão de surpresa fingida.

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