Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 186

~ANNELISE~

— Claramente eu sou a tia mais divertida — declarei solenemente, balançando um chocalho colorido na frente do rostinho curioso de Matteo. — Olha só como ele sorri para mim!

— Por favor — rebateu Bianca com uma risada, se inclinando sobre o berço portátil que havíamos instalado na sala de estar. — Ele estava sorrindo para mim até você chegar aqui com esse chocalho barulhento e assustá-lo.

Matteo, completamente alheio à nossa "competição", observava fascinado o mobile que Christian havia pendurado sobre seu berço, suas mãozinhas pequenas se movendo em direção às figuras coloridas que dançavam suavemente com a brisa que entrava pela janela.

— Vocês duas são ridículas — riu Zoey, claramente se divertindo com nossa disputa. — Ele tem dois meses de vida. A única coisa que realmente o impressiona é quando alguém aparece com uma fralda limpa.

— Detalhes — respondi, fazendo uma careta boba para Matteo que o fez soltar um pequeno som que poderia ter sido uma risada ou apenas gases. — Viu? Ele definitivamente prefere a Tia Anne.

Bianca havia chegado da Europa três dias antes, oficialmente para conhecer o sobrinho, mas suspeito que também queria verificar pessoalmente como estavam as coisas depois de toda a confusão com Lorenzo. Ela trouxe malas cheias de presentes de bebê de marcas italianas caríssimas e uma energia contagiante que transformou a casa em um lugar ainda mais alegre.

— Na verdade — disse Bianca, pegando Matteo cuidadosamente no colo —, na Itália nós temos uma tradição de que a primeira tia a fazer o bebê dormir é oficialmente a tia favorita.

— Isso é completamente inventado — protestei, mas não pude evitar sorrir. Era impossível não gostar de Bianca. Ela tinha aquela espontaneidade italiana que tornava qualquer situação mais divertida.

— Talvez — Bianca deu de ombros, começando a cantarolar uma canção de ninar em italiano. — Mas funciona.

E funcionou mesmo. Em questão de minutos, Matteo estava dormindo profundamente nos braços de Bianca, sua respiração pequena e regular, completamente relaxado.

— Okay, você venceu esta rodada — admiti de má vontade. — Mas espere até ele começar a falar. Vou ensinar palavras em português que vão fazer vocês italianos ficarem confusos.

— Boa sorte — Bianca riu baixinho, colocando Matteo de volta no berço com movimentos cuidadosos. — Eu vou ensinar italiano para ele. Imagina a cara da Zoey quando o filho começar a pedir gelato em vez de sorvete.

Zoey balançou a cabeça, sorrindo.

— Vocês vão ser péssimas influências para meu filho.

— As melhores tias sempre são — Bianca e eu falamos ao mesmo tempo, depois nos entreolhamos e caímos na risada.

Era estranho como rapidamente Bianca e eu tínhamos nos tornado amigas. Inicialmente, eu tinha algumas reservas - afinal, ela era uma Bellucci, criada em um mundo de privilégios que eu ainda estava aprendendo a navegar. Mas ela tinha uma autenticidade refrescante, uma forma de tratar as pessoas como iguais independentemente do sobrenome ou conta bancária.

— Sabe — disse Bianca, se acomodando no sofá ao meu lado —, estou pensando em ficar mais tempo por aqui. Talvez algumas semanas extras.

— Sério? — perguntei, genuinamente feliz com a perspectiva. — E o trabalho na Europa?

— Posso trabalhar remotamente por um tempo — ela deu de ombros. — E honestamente, está sendo muito bom estar perto da família de novo. Especialmente agora que temos este pequeno príncipe para mimar.

Foi então que ouvimos a porta da frente se abrindo e vozes masculinas no hall de entrada. Christian e Marco haviam ido resolver algumas questões na vinícola e estavam voltando para o almoço.

— Onde estão as mulheres mais lindas da Serra Gaúcha? — a voz de Marco ecoou pela casa, aquele tom brincalhão que sempre usava.

— Aqui, admirando o bebê mais fofo do mundo — Zoey respondeu, acenando quando os dois entraram na sala.

Christian foi direto para sua esposa e filho, beijando Zoey carinhosamente antes de se inclinar sobre o berço para observar Matteo dormindo.

— Como está nosso pequeno hoje? — perguntou baixinho.

— Perfeito — Zoey respondeu, o amor maternal radiando de cada palavra. — As tias estão disputando quem vai ser a favorita.

O resto do dia passou em uma névoa. Participei das conversas, ri quando era apropriado, fiz os comentários certos, mas minha mente estava em outro lugar, processando a humilhação que havia sentido. Não era nem tanto a rejeição - eu poderia lidar com isso. Era a forma casual, quase desrespeitosa, como ele havia me dispensado publicamente.

Depois que Marco foi embora e Christian voltou para o escritório, fiquei na sala com Zoey e Bianca, ajudando a organizar os presentes de bebê que haviam chegado durante a manhã.

— Você está bem? — perguntou Zoey gentilmente, claramente percebendo que algo havia mudado no meu humor.

— Sim — menti, dobrando uma mantinha azul com mais força do que necessário.

Bianca me observou por alguns momentos antes de falar:

— Marco pode ser um idiota às vezes. Especialmente quando se sente pressionado sobre relacionamentos.

— Não tem problema — respondi rapidamente. — Ele está certo, afinal. Não é nada sério mesmo.

Mas as palavras soaram vazias até para mim.

Naquela noite, sozinha no meu quarto, refleti sobre tudo que havia acontecido. Por mais que fosse incrível estar vivendo nesta mansão linda, cercada de luxo que nunca havia imaginado, acompanhando minha irmã em seu conto de fadas, eu sabia que não podia continuar assim para sempre.

Precisava sair daquele casulo confortável e construir minha própria vida. E a oportunidade estava bem ali, esperando por mim.

A posição na Europa que Christian havia mencionado. Trabalhar diretamente com os escritórios internacionais da Bellucci, aprender sobre negócios globais, me estabelecer profissionalmente em um ambiente onde eu seria avaliada pela minha competência, não por quem era minha irmã ou com quem eu estava saindo casualmente.

Era hora de focar em outras coisas que não romance. Que não Marco.

Era hora de me concentrar em mim mesma e no futuro que eu queria construir.