Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 182

— Alex — disse, minha voz assumindo um tom mais sério e direto. — Você é um traidor e um otário, isso é verdade. Mas pelo menos você não é um criminoso. Deveria se afastar dela agora, enquanto ainda pode, se não quiser acabar comprometido com a justiça também. Porque quando toda essa história vier à tona, e ela vai vir, você não vai querer estar associado a nada disso.

Alex assentiu lentamente, como se estivesse finalmente acordando de um longo pesadelo que o havia mantido preso por tempo demais.

— Você tem razão — murmurou, sua voz quase inaudível. — Eu sei que tem razão. Eu só... ainda não entendo por que continuo aqui. Por que ainda me importo com o que acontece com ela depois de tudo.

— Porque você é patético — respondi friamente. — Não consegue aceitar que ela nunca te amou, que você jogou fora nosso relacionamento por causa de uma sociopata, seria admitir que você destruiu tudo por nada. E quer saber? Eu não tenho pena de você também. Coloque a culpa em quem quiser, a escolha ainda foi sua.

Então, sentindo que havia chegado o momento, me abaixei lentamente até ficar exatamente na altura dos olhos de Elise. Era hora de dizer tudo que havia guardado por tanto tempo, todas as palavras que ela merecia ouvir, todo o veneno que precisava ser expelido para que eu pudesse seguir em frente com minha vida.

— Sabe de uma coisa, Elise? — comecei, minha voz baixa mas carregada de uma força que eu não sabia que possuía. — Por anos eu me perguntei o que havia de errado comigo. Por que minha melhor amiga, a pessoa em quem eu mais confiava, havia escolhido me trair da forma mais cruel possível.

Vi algo tremeluzir em seus olhos, uma vulnerabilidade momentânea que ela tentou esconder rapidamente por trás de sua máscara de ódio.

— Quem é que se esforçou para ser perfeita, Elise? Para ter um espaço na vida de alguém? — continuei, sentindo cada palavra saindo com uma clareza cristalina. — Não era eu. Era você. Você se sujeitou a ser amante. Amante do noivo da sua melhor amiga, amante do meu sogro, provavelmente amante de quantos homens mais que eu nem sei, desde que isso te beneficiasse de alguma forma.

Fiz uma pausa, deixando que a realidade das palavras penetrasse não apenas nela, mas em mim mesma.

— Aposto que você queria Christian, não é? — perguntei, vendo como ela tentava desesperadamente desviar o olhar. — Desde o momento em que o conheceu, você o queria. Mas sabia, lá no fundo, que era eu quem ele escolhia. Porque eu não nasci para ser coadjuvante na vida de ninguém, Elise. Eu nasci para ser amada. Para ser a protagonista da minha própria história.

Olhei ao redor, para Alex que estava se afastando discretamente, para a cadeira de rodas que havia se tornado a prisão perpétua dela, para o ambiente hospitalar frio e estéril que provavelmente seria sua realidade por muito tempo.

— E você tem o quê, Elise? — perguntei, minha voz assumindo um tom quase maternal. — Sendo abandonada em uma cadeira de rodas pelo marido que você traiu, pelo amante que usou você e depois te descartou como lixo... Você não tem nada. Literalmente nada. E ainda vai perder a reputação empresarial que te resta quando estiver atrás das grades, vestindo um uniforme desconfortável e dividindo cela com outras criminosas.

Me levantei lentamente, sentindo um peso enorme sendo retirado dos meus ombros, como se anos de mágoa e ressentimento estivessem finalmente sendo expelidos do meu sistema.

— No final das contas, Elise, você conseguiu exatamente o que merecia — disse, olhando para ela uma última vez com algo que poderia ter sido pena, se eu fosse uma pessoa mais generosa. — Vai viver para sempre com as consequências das suas escolhas. E eu? Eu vou viver feliz. Eu já sou feliz.

Me virei e senti imediatamente os braços fortes de Christian me envolvendo, sua presença sólida e reconfortante me lembrando de todas as razões pelas quais eu havia vencido essa guerra. Caminhamos juntos para longe daquele passado que tanto havia me marcado, nossos passos ecoando pelo corredor em direção ao futuro que estávamos construindo juntos.

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