Ao lado, ouviu-se o som suave de movimento, e Alfredo tirou o casaco.
A primeira reação de Delfina foi pensar que ele queria oferecê-lo a ela, mas ela rapidamente descartou a ideia.
Quando estavam à beira do penhasco, Rodrigo lhe pediu que agisse como um cavalheiro, mas ele se mostrou completamente indiferente.
Sem cavalheirismo, como ela poderia esperar que ele agisse assim agora?
Além disso, a temperatura dentro da caverna estava muito baixa e ele próprio certamente estava sentindo frio também.
Alfredo colocou o casaco sobre si mesmo e, virando a cabeça, chamou-a: "Venha cá."
Delfina se lembrou inapropriadamente dos momentos em que havia sido abraçada por ele, sentindo seu calor.
Na luz fraca, suas bochechas se aqueceram levemente e, sem pensar, ela recusou: "Não precisa."
Alfredo olhou para ela com um olhar sereno: "Entre você morrer de frio e eu morrer de frio, há um meio-termo que permite que nós dois sobrevivamos. Venha logo."
Sua voz não permitia uma resposta e os dedos de Delfina já estavam começando a ficar dormentes de frio. Se continuasse assim, quando Thales os encontrasse no dia seguinte, depois que a chuva parasse, talvez encontrasse apenas uma pedra de gelo.
Ela hesitou por um momento, mas aos poucos se moveu em direção a Alfredo, cuidadosamente levantando um lado do casaco dele e encolhendo-se sob ele.
Alfredo lançou-lhe um olhar rápido, mas não disse nada.
Sua jaqueta era à prova de água, mantendo o interior seco e aquecido, e carregava consigo uma aura fresca e distinta.
Quando ele se aproximou, todas as células do corpo de Delfina pareciam entrar em estado febril, lembrando-a das vezes em que havia se aproximado demais dele.
Ela e Alfredo compartilhavam o mesmo casaco para se manterem aquecidos, mas ela fazia o possível para não se aproximar demais dele. Essa contradição deixava seu corpo tenso.
A luz da lanterna iluminava a parede da caverna à frente. Os olhos de Alfredo estavam fechados e Delfina achou que ele estava prestes a dormir, preparando-se para desligar a lanterna.
Ela mal tinha pegado a lanterna quando Alfredo disse: "Não a desligue. Tenho medo do escuro."
Para todos que o conheciam, Alfredo era uma pessoa sem tabus.
O coração de Delfina se acelerou sem motivo e ela desviou o olhar, dizendo: "Meu nome também foi escolhido pela minha mãe."
Depois de dizer isso, o silêncio reinou entre eles.
Alfredo irradiava calor e, na caverna fria e úmida, ele era como uma fonte de calor, tornando o ambiente mais aconchegante do que nunca.
Gradualmente, Delfina começou a se aquecer e não sentia mais tanto frio, até adormecer encostada na parede.
Foi o peso excessivo em seu ombro que a acordou. Ao abrir os olhos, viu que a cabeça de Alfredo havia escorregado para o seu ombro esquerdo.
Delfina imediatamente ficou tensa, tentando levantar a cabeça quando sentiu uma temperatura anormalmente alta.
Ela hesitou, depois colocou a palma da mão na testa de Alfredo.
Ele estava com febre.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ardente Como O Sol
Muito bom 😘😘😘...
Uma das melhores histórias que já li......
Esse livro é muito bom 😋😋😋...
Atualiza por favor!!!...