Ardente Como O Sol romance Capítulo 96

"Alfredo?" - ela tentou chamar.

Sem resposta.

"Alfredo?"

Provavelmente estava delirando de febre, pois nem responder aos chamados ele conseguia. Delfina hesitou por um momento, mas, no fim, não teve coragem de afastá-lo.

Alfredo era muito mais alto do que ela, e essa posição curvada era bastante desconfortável.

Por consideração à condição dele, ela se levantou com cuidado e endireitou as costas, tentando dar a ele um pouco mais de conforto.

Ela não sabia quanto tempo Alfredo havia ficado na chuva, mas a temperatura de sua pele estava assustadoramente alta e sua respiração, quente.

O hálito quente e pesado dele batia constantemente na lateral do pescoço dela, tingindo rapidamente de vermelho a pele pálida e sensível.

Uma sensação de tremor se espalhou a partir desse ponto, como vinhas correndo por seus membros, e ela não sentia mais frio - quase como se estivesse pegando fogo.

Seu corpo ficou rígido como uma barra de ferro, com os dedos agarrando firmemente as calças em seus joelhos, e os dedos dos pés também pressionados contra o chão.

O peso de Alfredo era demais para a pequena estrutura de Delfina. Seu ombro esquerdo doía terrivelmente, enquanto ele dormia profundamente, sem perceber.

Eles estavam em um local isolado, sob uma chuva torrencial, sem médicos ou medicamentos disponíveis, o que era realmente problemático. Eles não sabiam quando a chuva iria parar, e deixá-lo com uma febre como essa não era uma opção.

Ele era o único filho do General Dutra. O que aconteceria se a febre danificasse seu cérebro?

Ele já era problemático o suficiente com sua força de combate excessiva. Se acrescentasse um pingo de estupidez, ele se tornaria um verdadeiro desastre.

Delfina olhou ao redor e, finalmente, seu olhar se voltou para o riacho.

Momentos depois, ela apoiou cuidadosamente a cabeça e o queixo de Alfredo com a palma da mão, movendo a cabeça pesada com cuidado.

Os contornos ósseos afiados pressionavam sua palma e, quando seus dedos acidentalmente tocaram os lábios escaldantes, ela os retirou rapidamente, como se tivesse levado um choque.

Ela colocou Alfredo contra a parede de pedra, saindo cuidadosamente de sua roupa. De costas para ele, ela desabotoou sua jaqueta, tirando silenciosamente a camada de baixo.

Quando ela se virou depois de se vestir, percebeu que Alfredo havia aberto os olhos em algum momento.

"Você está com febre alta." - Ela explicou: "Não sei quando a chuva vai parar, vamos ter que improvisar por enquanto."

O tecido de algodão, lavado na água fria da colina, estava impregnado com um leve perfume dela, algo entre a delicadeza de uma rosa e a leveza de uma camomila, uma mistura de pureza e calor que dava vontade de respirar fundo.

Alfredo engoliu, olhando para cima sob a luz amarelada da lanterna e fechando os olhos.

Sem ver seus olhos, Delfina se sentiu mais à vontade.

Depois de um tempo, quando a camiseta regata se aqueceu à temperatura de seu corpo, ela a pegou novamente para lavá-la.

Embora fosse verão, a água do riacho da colina ainda estava fria, e suas mãos começaram a doer de tanto ficar na água.

Depois de várias lavagens para ajudá-lo a esfriar, ela se sentou ao lado dele, lutando contra o sono.

De repente, ela percebeu um movimento ao seu lado e olhou confusa, vendo o rosto pálido de Alfredo.

A testa dele estava coberta de suor, as sobrancelhas fortemente franzidas, e pequenos gemidos fracos escapavam de sua garganta. Todo o seu corpo parecia mergulhado em uma tensão intensa e inquieta, mesmo enquanto dormia.

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