Ardente Como O Sol romance Capítulo 94

Delfina voltava pelo mesmo caminho quando, de repente, sentiu gotas de água caindo sobre seu ombro.

Começou a chover?

Ela apressou o passo, mas a tempestade que começou foi tão repentina e violenta que, em um instante, tornou-se um verdadeiro dilúvio, com a chuva batendo forte em seu corpo.

O céu escureceu ainda mais, e a intensidade da chuva tornou a trilha da colina ainda mais difícil de distinguir, com o caminho ficando lamacento e escorregadio.

Ela pegou o celular para tentar fazer uma ligação, mas, para sua tristeza, não havia sinal.

Com a chuva, todos provavelmente prefeririam ficar no acampamento em vez de ir ao mirante.

Era perigoso e assustador caminhar pela colina em uma tempestade daquelas. Delfina não queria se arriscar. Quando ela encontrou uma caverna no caminho, decidiu se abrigar lá para esperar a chuva passar.

Ela se lembrava mais ou menos do caminho, então pensou que poderia voltar quando a chuva parasse.

Mas Thales e os outros poderiam se preocupar quando percebessem que ela havia desaparecido, e não sabia se sairiam para procurá-la. Por precaução, ela pendurou seu gorro amarelo na entrada da caverna.

A caverna estava seca, embora um pouco escura. Ela ligou a lanterna do celular e encontrou um lugar limpo para sentar e descansar.

Havia um riacho raso dentro da caverna, e o som suave da água corrente de repente a fez lembrar de uma cobra, fazendo-a iluminar ao redor com a lanterna nervosamente.

Felizmente, estava tudo vazio, sem sinal de perigo.

No entanto, não demorou muito até que começasse a sentir frio.

A temperatura na colina já estava baixa, e a tempestade, juntamente com a umidade constante na caverna, fazia o frio penetrar até os ossos.

Delfina, congelando de frio, tentou novamente ligar e desligar o celular, sem querer aceitar a falta de sinal. Quando percebeu que continuava sem serviço, finalmente desistiu e baixou o aparelho, resignada.

A previsão do tempo que Rodrigo havia consultado estava completamente errada.

Com uma chuva dessas, nem se fala em pedido de casamento - até a chuva de meteoros vai ser impossível de ver.

Talvez a tempestade, que havia chegado tão rapidamente, também passasse logo. Com sorte, eles ainda poderiam seguir com o plano original sem que todo o esforço do dia fosse em vão.

Alfredo sacudiu a água de suas roupas e jogou o cabelo para trás, sentando-se a uma pequena distância dela, encostado na parede da caverna.

O rosto e os cabelos molhados realçavam ainda mais suas características marcantes - sobrancelhas grossas, olhos fundos, uma presença imponente.

Descuidadamente, ele jogou sua câmera digital no chão, já completamente encharcada pela chuva, sem se preocupar com a possibilidade de que estivesse estragada.

Filmando até tão tarde… só mesmo sua prima querida para fazê-lo se dedicar tanto.

Estando ambos na mesma situação de infortúnio, ter alguém conhecido ao lado, ainda que fosse Alfredo - alguém de quem ela normalmente preferia manter distância - fazia com que seu medo diminuísse consideravelmente.

Alfredo permaneceu em silêncio, descansando, e ela também não falou nada.

Os dois agiam como se fossem apenas estranhos que coincidentemente buscavam abrigo na mesma caverna, enquanto o pequeno riacho continuava a fluir serenamente.

A chuva torrencial continuava, e o frio se acumulava em seus ossos. Delfina, cada vez mais gelada, foi empalidecendo e, instintivamente, encolheu-se para tentar reter o calor.

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