Delfina voltava pelo mesmo caminho quando, de repente, sentiu gotas de água caindo sobre seu ombro.
Começou a chover?
Ela apressou o passo, mas a tempestade que começou foi tão repentina e violenta que, em um instante, tornou-se um verdadeiro dilúvio, com a chuva batendo forte em seu corpo.
O céu escureceu ainda mais, e a intensidade da chuva tornou a trilha da colina ainda mais difícil de distinguir, com o caminho ficando lamacento e escorregadio.
Ela pegou o celular para tentar fazer uma ligação, mas, para sua tristeza, não havia sinal.
Com a chuva, todos provavelmente prefeririam ficar no acampamento em vez de ir ao mirante.
Era perigoso e assustador caminhar pela colina em uma tempestade daquelas. Delfina não queria se arriscar. Quando ela encontrou uma caverna no caminho, decidiu se abrigar lá para esperar a chuva passar.
Ela se lembrava mais ou menos do caminho, então pensou que poderia voltar quando a chuva parasse.
Mas Thales e os outros poderiam se preocupar quando percebessem que ela havia desaparecido, e não sabia se sairiam para procurá-la. Por precaução, ela pendurou seu gorro amarelo na entrada da caverna.
A caverna estava seca, embora um pouco escura. Ela ligou a lanterna do celular e encontrou um lugar limpo para sentar e descansar.
Havia um riacho raso dentro da caverna, e o som suave da água corrente de repente a fez lembrar de uma cobra, fazendo-a iluminar ao redor com a lanterna nervosamente.
Felizmente, estava tudo vazio, sem sinal de perigo.
No entanto, não demorou muito até que começasse a sentir frio.
A temperatura na colina já estava baixa, e a tempestade, juntamente com a umidade constante na caverna, fazia o frio penetrar até os ossos.
Delfina, congelando de frio, tentou novamente ligar e desligar o celular, sem querer aceitar a falta de sinal. Quando percebeu que continuava sem serviço, finalmente desistiu e baixou o aparelho, resignada.
A previsão do tempo que Rodrigo havia consultado estava completamente errada.
Com uma chuva dessas, nem se fala em pedido de casamento - até a chuva de meteoros vai ser impossível de ver.
Talvez a tempestade, que havia chegado tão rapidamente, também passasse logo. Com sorte, eles ainda poderiam seguir com o plano original sem que todo o esforço do dia fosse em vão.
Alfredo sacudiu a água de suas roupas e jogou o cabelo para trás, sentando-se a uma pequena distância dela, encostado na parede da caverna.
O rosto e os cabelos molhados realçavam ainda mais suas características marcantes - sobrancelhas grossas, olhos fundos, uma presença imponente.
Descuidadamente, ele jogou sua câmera digital no chão, já completamente encharcada pela chuva, sem se preocupar com a possibilidade de que estivesse estragada.
Filmando até tão tarde… só mesmo sua prima querida para fazê-lo se dedicar tanto.
Estando ambos na mesma situação de infortúnio, ter alguém conhecido ao lado, ainda que fosse Alfredo - alguém de quem ela normalmente preferia manter distância - fazia com que seu medo diminuísse consideravelmente.
Alfredo permaneceu em silêncio, descansando, e ela também não falou nada.
Os dois agiam como se fossem apenas estranhos que coincidentemente buscavam abrigo na mesma caverna, enquanto o pequeno riacho continuava a fluir serenamente.
A chuva torrencial continuava, e o frio se acumulava em seus ossos. Delfina, cada vez mais gelada, foi empalidecendo e, instintivamente, encolheu-se para tentar reter o calor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ardente Como O Sol
Muito bom 😘😘😘...
Uma das melhores histórias que já li......
Esse livro é muito bom 😋😋😋...
Atualiza por favor!!!...