A capa da revista mostrava uma garota deslumbrante e sensual, cobrindo aquele rosto tridimensional e precioso.
Era demais para se olhar.
Mas o que realmente fez com que Delfina ficasse tensa involuntariamente foi o fato de que ele estava usando uma camisa de seda branca que lhe era muito familiar hoje.
Quase idêntica àquela que ela havia pegado emprestada da última vez.
Ela temia que Thales ou Adélia a reconhecessem.
Mas as camisas masculinas são quase todas iguais, e Alfredo parecia ter um gosto especial por esse tipo de tecido confortável e de toque macio, então ela não podia ter certeza de que era a mesma peça.
Rodrigo não havia dito que ele nunca usava a mesma roupa duas vezes? Talvez fosse apenas um modelo semelhante.
Thales e Adélia não demonstraram nenhuma reação, então provavelmente era apenas paranoia dela.
Era como um fio de cabelo caindo sobre seus nervos, fino demais para ser segurado, mas você sabia que estava lá, trazendo uma leve perturbação de tempos em tempos.
O olhar de Delfina desviava para Alfredo de vez em quando.
Todos continuavam bebendo e conversando, rindo descontraidamente, sem nem tentar baixar a voz. Quem estaria aqui e conseguiria dormir?
Ela perguntou baixinho, surpresa: "Isso não vai incomodá-lo?"
Rodrigo disse que não haveria problema: "Ele adora dormir ouvindo vozes."
Já tinha visto gente com sono leve que precisava de silêncio absoluto, mas essa mania de usar conversas como auxílio para dormir era novidade.
Já estava quase anoitecendo, e as nuvens estavam tingidas de um gradiente laranja pelo sol poente.
Rodrigo anunciou que estava na hora: "Todos estão aqui, podemos zarpar."
Assim que ele informou o capitão, passos foram ouvidos no convés.
"Como assim vão navegar e não me chamam? Fica mais divertido com mais gente."
Em São Paulo, as famílias Holanda, Zamith, Dantas e Silveira ocupavam o mesmo território, unidas, mas com círculos diferentes.
Rodrigo, Edmar Jardim e Thales eram amigos de infância e tinham uma relação muito próxima, conhecendo Alfredo mais tarde. Mas esse grupo nunca se misturou com Xander.
Não por qualquer outro motivo, apenas porque não se davam bem - não eram do mesmo mundo.
Xander era um verdadeiro problema, mas já que estava aqui, não seria correto simplesmente expulsá-lo do barco.
Parecia que Xander tinha decidido ficar, e Rodrigo até queria mandá-lo embora, mas, considerando que todos se conheciam e por respeito à família Zamith, isso não era possível.
Se houvesse alguém com coragem suficiente para jogar Xander para fora do barco, esse alguém seria o desenfreado Alfredo.
Infelizmente, ele estava dormindo profundamente.
Naquele momento, o passadiço começou a ser recolhido e o barco estava prestes a zarpar.
Bem, parecia que não havia como descer.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ardente Como O Sol
Muito bom 😘😘😘...
Uma das melhores histórias que já li......
Esse livro é muito bom 😋😋😋...
Atualiza por favor!!!...