Ardente Como O Sol romance Capítulo 48

A camisa de seda de Alfredo era imensamente grande para ela, mas, felizmente, o tecido era leve e tinha uma boa caída, o que evitava que parecesse exagerado.

Ela dobrou as mangas compridas algumas vezes e amarrou a bainha da camisa, combinando-a com uma saia midi bordada, que não ficou muito ruim.

Embora parecesse casual demais para a ocasião, era a melhor solução disponível.

Quando ela voltou à sala privativa, a atmosfera estava perfeita.

Julian Cunhal usava um terno tradicional, com um rosto gentil e sorridente. Sabrina Cunhal Portela parecia muito mais jovem do que Delfina havia imaginado, com mãos delicadas e bem cuidadas, claramente de alguém que havia crescido com privilégios.

Ela sorriu, com seus olhos e sobrancelhas parecidos com os de Adélia, e elogiou Delfina calorosamente: "Você é realmente muito bonita, ainda mais do que as estrelas da televisão."

Provavelmente Adélia não havia mencionado seu gosto por Thales.

Delfina sorriu modestamente e disse: "Obrigada, tia."

Ela se sentou no final da mesa, ao lado de Alfredo.

Ele era o primo de Adélia, representando a Família Dutra naquele dia.

Irineu perguntou sobre o General Dutra: "Faz tempo que não o vejo, como está sua saúde?"

"Muito bem, um homem de sessenta anos com a vitalidade de vinte, mais forte do que eu." - respondeu Alfredo, cruzando as pernas de forma descontraída, mantendo sua habitual postura despreocupada.

"Quantos anos você tem agora? Se não me engano, você é dois anos mais novo que Thales."

"Vinte e oito."

Beatriz comentou: "Já está na hora de sossegar, não acha? Você e Thales têm idades semelhantes e são bons amigos. Casar cedo seria ótimo para dar ao general um neto para ele mimar."

Desde a morte da mãe de Alfredo, o General Dutra não havia se casado novamente. Ao contrário de outras famílias influentes, cheias de descendentes e filhos ilegítimos, a Família Dutra tinha apenas a fria companhia de pai e filho.

Ele já tem um neto - Delfina pensou consigo mesma que já havia cumprido essa expectativa.

Alfredo, com as costas apoiadas na cadeira e um sorriso nos lábios, parecia relaxado, mas sua expressão era superficial: "Não tenho a mesma sorte que Thales."

Esse comentário serviu como um elogio velado a ambas as partes, fazendo todos à mesa sorrirem.

Ele tinha uma maneira de fazer qualquer coisa parecer agradável, inclusive tirar espinhas de peixe, algo que Delfina havia observado várias vezes.

O prato de peixe, agora sem espinhas, foi colocado na frente de Adélia, que lhe agradeceu com um sorriso.

Delfina baixou a cabeça, continuando a comer sua porção.

A carne estava saborosa e macia, mas um pouco picante.

Enquanto comia, ela ouviu alguém ao seu lado comentar: "Comer algo de um parente próximo tem um sabor especial, não é?"

Delfina, a princípio, não entendeu e virou-se, confusa, encontrando o olhar estreito e cheio de significado de Alfredo. Aos poucos, compreendeu o que ele insinuava.

Ela olhou para a carne em seu garfo...

Era mesmo um parente próximo do sapo.

Perdendo totalmente o apetite.

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