Ardente Como O Sol romance Capítulo 47

Beatriz claramente ficou surpresa. Seu olhar desviou de Adélia de volta para Delfina, com uma expressão de embaraço.

"Que coincidência infeliz."

Passar pela situação de estar vestido como outra pessoa é embaraçoso em qualquer lugar, especialmente em uma ocasião como a de hoje.

Quando as duas se encontrarem, a situação provavelmente ficará ainda mais delicada.

Thales também não esperava por isso e, após uma pausa, tentou tranquilizá-la: "Não se preocupe, a Adélia não é de guardar rancor."

"Por mais tolerante que uma mulher seja, ninguém gosta de chegar e descobrir que está vestida igual a outra. Justo hoje!" - Beatriz franziu a testa com preocupação: "Envergonhá-la no primeiro encontro, na frente dos pais dela, vai deixar uma má impressão."

Thales desabotoou e tirou seu blazer, oferecendo-o a Delfina: "Use isso por enquanto."

Beatriz franziu ainda mais a testa: "Dá para ver de longe que é a sua roupa."

Antes que Thales pudesse responder, Delfina se levantou.

Ela sabia que não era a protagonista do dia. Era o primeiro encontro com os pais dela, e Adélia não merecia se sentir menosprezada.

Então, a que deveria se retirar era ela.

"Vou encontrar algo para trocar."

Felizmente, o projeto das salas privativas desse restaurante brasileiro incluía uma segunda porta, permitindo que ela saísse rapidamente antes da chegada da Família Cunhal.

Ela perguntou ao gerente se havia alguma roupa de emergência disponível, mas era um pedido difícil para um restaurante. Então, ela perguntou onde ficava a loja de roupas femininas mais próxima e saiu correndo do restaurante, planejando comprar algo para se trocar.

Ao cruzar a porta de entrada, ela quase esbarrou em alguém.

Alfredo a segurou firmemente pelo braço, impedindo-a de colidir com ele.

Delfina deu meio passo para trás para se firmar, e ele soltou o braço dela, olhando-a com seus olhos escuros relaxados: "Atacando de repente, é?"

Mas Delfina não tinha tempo para gentilezas naquele dia: "Alfredo, me desculpe, estou com pressa..."

Ao ver o carro atrás de Alfredo e a urgência da situação, ela não teve escolha a não ser deixar o desconforto de lado: "Preciso comprar algumas roupas agora, você pode me dar uma carona?"

O motorista os havia deixado no restaurante, e o almoço levaria pelo menos duas horas. Eles normalmente aproveitavam esse tempo para comer por perto, o que significava que chamar o motorista de volta também levaria tempo.

Obviamente, ela não poderia usar roupas esportivas para aquela ocasião.

Delfina estava sem saber o que fazer, parada na beira da estrada, pensando se deveria desistir e ir embora. Será que Thales ficaria desapontado com ela?

Alfredo não havia trazido seu carro esporte, mas um sedã de quatro portas. Ele abriu a porta do carro, tirou uma camisa reservada e a jogou para ela.

Delfina a pegou rapidamente, percebendo que não tinha muita escolha.

"Alfredo, obrigada."

Quando Thales ligou, ela já havia voltado ao restaurante com a roupa.

"Consegui uma roupa, irmão. Está tudo resolvido, estou voltando, não se preocupe."

Houve um breve silêncio do outro lado da linha antes que a voz de Thales respondesse, sem revelar suas emoções: "Ótimo."

Delfina pediu ao garçom o uso do provador e uma tesoura e, sem hesitar, cortou metade do vestido de alta-costura, transformando-o em uma saia.

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