O toque suave nos lábios fez os dois ficarem paralisados.
Ademir se afastou apressado. Ele já havia perdido a conta de quantas vezes sentiu essa estranha compulsão de beijar Karina.
Com uma leve tosse, tentou disfarçar o constrangimento.
— Você não pode dizer que não está cansada. Se você não está, o bebê que está aí na sua barriga também não está?
Karina baixou a cabeça, evitando o olhar dele.
Ademir a colocou cuidadosamente no sofá, se virou e disse:
— Então, vai dormir.
Mas, na verdade, como Karina conseguiria dormir?
Essa já era a segunda vez! Ele a beijou de novo!
Da última vez, ele estava bêbado e confuso... E dessa vez? Karina tocou seus próprios lábios. Como poderia se deixar ser beijada pelo namorado de Vitória?
Quantas vezes aquela boca já havia beijado Vitória?
Foi uma noite sem sono.
...
Na manhã seguinte, Ademir levou Karina até o hospital.
Ao descerem do carro, Ademir segurou a mão dela e disse:
— Daqui a pouco, vamos comprar algo para o café da manhã na lanchonete ali perto.
Karina ainda não tinha respondido quando avistou alguém vindo em sua direção.
Era Vitória.
Os olhos de Vitória estavam vermelhos, e ela os fixou neles com uma mistura de rancor e mágoa.
O rancor era por Karina, e a mágoa, por Ademir.
— Ademir, vocês dois...?
Karina deu um leve sorriso, se soltou da mão de Ademir e disse:
— Eu já vou indo.
Sabendo que ela estava com pressa para bater o ponto no trabalho, Ademir assentiu.
— Pode ir.
Vitória, vendo toda a gentileza com que Ademir falava com Karina, não conseguiu controlar suas emoções.
Desesperada, agarrou o braço de Karina e perguntou:
— Você não vai a lugar nenhum sem explicar! Para onde está indo?
Ademir rapidamente a impediu.
Com o rosto sério e o olhar frio, ele disse:
— Se acalme. Esse não é o lugar para discutir essas coisas. Vamos para um lugar mais reservado, tenho algo para te dizer.
Vitória ficou atônita, sentindo um pressentimento ruim.
Foram para um pequeno café em uma rua lateral.
— Vocês já dormiram juntos?
Ademir assentiu, mesmo que eles não tivessem feito amor.
Houve um breve silêncio.
De repente, Vitória cobriu a cabeça com as mãos e gritou alto:
— Como pôde fazer isso? Como pôde me tratar assim?
Seus olhos estavam vermelhos, e a expressão em seu rosto era de puro desespero.
— Você me disse para te esperar! E agora faz isso comigo? Não acha que me deve uma explicação?
Ademir franziu a testa, mas não lhe deu a explicação que ela queria:
— Desculpa.
— Eu não quero suas desculpas! — Vitória gritou. — Quero que me dê um prazo! Eu sei que você precisa cuidar do seu avô, eu posso esperar, mas até quando você quer que eu espere?
Ademir, no entanto, não podia dar essa resposta.
A doença do avô era imprevisível, e a situação mudava constantemente.
Após pensar por alguns segundos, Ademir respondeu com calma:
— Eu não sei. É errado da minha parte te deixar esperando assim. Se você não puder mais esperar, então não espere.
Vitória demorou alguns segundos para processar o que ele disse:
— Você está falando de terminar?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...