— Ademir!
Vitória subiu com dificuldade. Depois de enfrentar tantos perigos e ainda assim sobreviver, o choque e a alegria se misturaram de tal forma que ela se lançou nos braços de Ademir, chorando sem parar.
— Eu achei que fosse morrer!
— Já passou, está tudo bem agora. — Murmurou Ademir com voz baixa. — Você está bem, não está?
De repente, ele franziu a testa e soltou um gemido de dor.
— Ademir? — Percebendo algo estranho, Vitória levantou a mão. — O que foi? Você se machucou?
No processo, ela acabou tocando o braço dele.
Foi então que Vitória entendeu:
— Seu braço...
Ademir esboçou um sorriso amargo:
— Acho que me machuquei.
Ao ouvir isso, os olhos de Vitória se encheram novamente de lágrimas. Ela abriu os braços e o abraçou com força:
— Me desculpa, Ademir, me desculpa!
— Está tudo bem, é só um ferimento leve...
Era verdade. Ele realmente não ligava para uma ferida pequena.
Mas Vitória não conseguia parar de chorar.
Ademir não sabia como consolá-la. Quando levantou a cabeça, viu Karina acabando de subir.
Ele quis afastar Vitória, mas seu braço direito estava ferido. Quando tentou usar o esquerdo, Karina já havia se virado com uma expressão impassível e descido novamente.
— Karina!
A mulher em seus braços, de repente, amoleceu o corpo.
Quando Ademir baixou os olhos, viu que Vitória havia desmaiado!
Karina desceu as escadas sem olhar para trás. Bruno a seguia em silêncio, sem ousar dizer uma palavra.
Ao chegar lá embaixo, Karina abriu a porta do carro e entrou.
Ordenou ao Bruno:
— Me leve para a Rua de Francisco Antônio.
Bruno ficou tão surpreso que achou ter escutado errado:
— Karina... Não era para irmos ao hospital?
Pelo que tinha visto, o segundo irmão com certeza precisava de atendimento médico.
— Rua de Francisco Antônio. — Karina repetiu, com a voz ainda mais fria.
— Voltou.
Como sempre, um cumprimento comum e corriqueiro.
— Karina. — Ademir, porém, se sentia extremamente culpado. Se aproximou e se sentou.
Ele precisava abraçá-la.
— Não.
Mas, no instante em que ergueu o braço, Karina o impediu. Nem sequer o olhou, mantendo os olhos fixos na televisão.
Com um sorriso no rosto, disse:
— Você deve estar todo sujo, não trocou de roupa ainda. Não me abrace.
A voz dela era serena, como se estivesse apenas fazendo uma observação.
— Karina... — Mas Ademir sentiu um aperto no peito, uma dor surda e amarga. — Você está dizendo que eu estou sujo?
— Não é que eu ache você sujo. — Karina assentiu levemente, sem desviar o olhar. — É que você está mesmo sujo.
Ademir segurou o rosto dela com as duas mãos, forçando ela a encará-lo:
— Então me olhe.
— Ai, meu Deus... — Karina soltou um suspiro, largando os petiscos com um ar de que estava sendo injustiçada. — Nem me deixa comer em paz. Tá bom, tá bom... Estou olhando, estou olhando...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...