Karina parecia só então ter enxergado direito o homem diante dela, e não conteve o riso:
— Precisou engessar o braço, é? Homem bonito é assim mesmo, até com o braço engessado continua bonito.
Ela riu com alegria.
Não... Ademir achava que ela estava, de fato, feliz!
— Você não vai perguntar se está doendo?
— É mesmo!
Karina pareceu só então perceber que, como esposa, tinha a obrigação de se preocupar com o marido.
— Então, está doendo? — Perguntou Karina com ternura. Enquanto falava, se aproximou para examinar o braço dele com cuidado. — O gesso ficou bem firme.
Ela estava genuinamente gentil, e aquele jeito atencioso dela não parecia nem um pouco falso.
Mesmo assim, Ademir sentia um desconforto apertando o peito.
Confuso, Ademir perguntou em um tom incerto:
— Você não ficou brava? Não está me culpando?
— Eu me lembro... — Karina não respondeu diretamente, apenas murmurou — Da última vez, por causa dela, você também machucou o braço.
— Karina...
— Da próxima vez, machuque outro lugar, está bem? Pare de sempre deixar esse mesmo braço se ferrar. Se estragar ele de vez, aí sim vai ser um problema. — Ela sorriu enquanto se levantava. — Estou com sono, vou tirar um cochilo.
— Karina! — Ademir tentou, aflito, segurá-la, mas ela se esquivou com agilidade.
— Para que me segurar? — Karina parecia tranquila, mas seus movimentos rápidos e decididos mostravam o contrário.
Aquilo pegou o homem de surpresa. E ela ainda dizia que não estava brava?
— Por que você não me deixa encostar em você? Karina, naquela hora... Eu estava salvando alguém...
— Eu sei. — Karina respondeu com esforço, tentando manter a calma. — Mas... Qualquer pessoa faria você arriscar a própria vida?
Ademir ficou paralisado, uma tensão repentina tomou conta dele.
Karina olhou para ele e sorriu.
Naquele momento, tudo foi tão rápido que ele só conseguia pensar em salvar alguém!
Era algo inevitável.
Karina riu mais alto, mas seu olhar foi ficando frio aos poucos:
— Você não pensou nem em mim, nem no nosso filho, certo? Precisa mesmo que eu diga mais alguma coisa?
Com delicadeza, Karina se desvencilhou dele e se virou para ir ao quarto.
— Karina...
Karina nem teve coragem de olhar para ele.
— Viu só? Você também não sabe como responder a isso. Só sabe chamar meu nome... Me chamar para quê? Eu não sou Deus, não posso te salvar. — E, como já tinham chegado a esse ponto, Karina resolveu dizer tudo com ainda mais clareza. — A única que pode te salvar é a Vitória. Foi por ela que você arriscou a vida. Então vá atrás dela. Você já deu sua vida por ela... Por que ficar aqui?
Ademir entrou em desespero, finalmente entendeu o que Karina queria dizer.
Ela estava... Terminando com ele?
— Não faça isso comigo! Eu só estava salvando uma pessoa, você não pode me abandonar por causa disso!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...