Amor ou Dor? Devo persistir? romance Capítulo 88

Ele não precisava retribuir nenhum sentimento, mostrava-se indiferente e meticulosamente atencioso com a amante na frente dela.

O Dia dos Namorados nunca lhe pertenceu, até mesmo o título de Sra. Machado foi uma invenção dela. Ninguém a reconhecia, inclusive ele.

"Você quer fazer ou não?"

Ela evitou a pergunta dele, indo direto ao ponto.

Vitorino segurou seu queixo com força, o desejo desaparecendo completamente.

"Ariela, eu lhe dei o que você queria."

Ariela queria fingir felicidade, mas não conseguia sorrir.

"Farei o que for preciso por você."

Depois de se casar com ele, seu sorriso se tornou cada vez mais raro.

Os luxos que costumavam deixá-la feliz por meses agora mal alteravam seu humor.

Mesmo na presença de seu amado Vitorino, ela o via simplesmente como o parceiro registrado em sua certidão de casamento, não como amor.

Ela cuidava mecanicamente de seu armário e preparava seus pratos favoritos como antes, mas sem o amor que costumava dedicar a essas tarefas.

Ela podia abraçar suas roupas e sentir o cheiro do amaciante de roupas por um longo tempo, sentindo-se feliz.

Agora, era apenas uma rotina. Ela era a Sra. Machado, cumprindo os deveres de uma esposa para seu marido.

Era isso.

Vitorino apertou seu pulso com mais força, notando que Ariela franziu a testa e murmurou de dor antes de perceber que estava sendo demasiado impetuoso e a machucou.

Ele levantou a mão, e Ariela instintivamente se esquivou para o lado. A mão dele parou no ar, para finalmente pousar suavemente em seu rosto.

Finalmente, todo o desejo foi suprimido, substituído por um vazio e uma melancolia sem precedentes.

"Não foi minha intenção. Você vai à festa hoje à noite ou não?"

Ele perguntou novamente, Ariela sentindo que, se não aceitasse agora, estaria sendo ingrata.

Seu amor parecia ridículo e barato. Ela só precisava obedecer a ele para ter dias melhores.

Faltavam quase dois meses.

Ariela estava planejando que, se durasse mais dois meses com Vitorino, se tornasse discípula direta de Gabriel, conseguisse vender suas pinturas e ganhasse o suficiente para viver, seria capaz de sustentar a si mesma e a seu bebê.

Então, ela partiria para bem longe, onde eles nunca mais se veriam.

"Ok..."

Ela sempre o amou.

Mas agora ela não podia amar, estava cansada de amar, o amor machucou, ela não queria mais amar.

Ariela fez o melhor que pôde para agradá-lo, fazendo-o sentir que havia se submetido a ele mais uma vez, tornando-se sua escrava de amor.

Vitorino a consumiu por quase duas horas, depois a envolveu em seus braços, inalando profundamente o cheiro de seus cabelos, parecendo muito satisfeito.

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