Amor ou Dor? Devo persistir? romance Capítulo 87

Ariela e Vitorino ficaram três dias inteiros sem se falar, cada um ignorando a existência do outro.

Para Ariela, que estava grávida, dormir sozinha era o maior dos prazeres. Já Vitorino, pelo contrário, passou várias noites em claro.

Ele queria acabar com o temperamento obstinado de Ariela, mas, à noite, apesar de estarem tão próximos, era Vitorino quem ansiava pelo que não podia ter.

Em seu auge e com apenas uma parede os separando, quando pensava na figura esguia de Ariela e nos gemidos dela sob seu corpo, Vitorino não conseguia se conter e acabava recorrendo à masturbação...

No quinto dia, Vitorino decidiu bater à porta.

Ariela sentiu seu coração acelerar. Ele estava sendo gentil, afinal de contas, a casa era dele e ele poderia entrar no quarto principal a qualquer momento.

"Hoje à noite tem uma confraternização organizada pelo Gabriel, ele vai começar uma competição de arte depois de amanhã. Você está interessada?"

A voz de Vitorino tinha o tom rouco de alguém que acabou de acordar.

Ariela já estava acordada há algum tempo, mas a presença de Vitorino representava uma ameaça maior do que sua ausência.

Sua chegada, pelo menos, indicava que ele não era um perigo para a família Sampaio. Se ele não viesse, Ariela ficaria acordada a noite toda.

A porta se abriu com um clique e Ariela, descalça, pisou no carpete macio. Seus tornozelos macios, chamaram a atenção de Vitorino e ele engoliu.

Ao entrar, Vitorino foi envolvido pelo doce perfume que emanava dela. Ele queria entar mais, mas Ariela apontou para as roupas cuidadosamente organizadas.

"Separei suas roupas pelas estações do ano. Mais tarde vou arrumá-las para você."

Vitorino não estava interessado nisso. Com o olhar fixo no rosto dela, ele falou com uma voz suave e gentil.

"Ariela..."

Ela ignorou o ardor dele, baixando ligeiramente as pálpebras.

Então, lentamente, começou a desabotoar a blusa, revelando apenas um ombro, antes que Vitorino agarrasse sua mão, com a voz rouca.

"Não pense que eu só consigo pensar com a parte de baixo".

Ele finalmente disse, puxando a mão dela para junto de seu coração.

Ariela se sentiu como se tivesse sido atingida por um raio.

Amá-lo? Ela não apenas o amava; desde os dezoito anos, quando o conheceu pela primeira vez, ela ficou completamente fascinada por ele, seguindo-o cegamente, acreditando em tudo o que ele dizia, incapaz de suportar qualquer indiferença de sua parte.

Ela desejava se casar com ele, talvez usando a família Sampaio como uma desculpa pouco convincente, mas sentia que, por ele, poderia sacrificar até mesmo sua própria vida.

Ela fazia tudo o que podia para agradá-lo, mas nunca conseguia arrancar um sorriso dele.

Ele sempre falava com ela em um tom frio e distante, ela nunca o via sorrir em sua presença, muito menos ser carinhoso.

Não importava o que ela fizesse, nunca conseguia sua atenção.

Até que ele deixou claro que ela era apenas uma criada para aquecer sua cama, diferenciada apenas por sua aparência atraente e preço alto.

Assim, ele a via apenas como um objeto para satisfazer seus prazeres.

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