Tina puxou-a para mais perto e olhou-a de cima a baixo várias vezes, até que seu olhar se fixou na região da orelha dela.
Marcas de beijo claramente visíveis que nem mesmo a gola alta conseguiu esconder.
"Eu estava preocupada, achando que algo sério tinha acontecido com você, mas vejo que você estava apenas me torturando de propósito."
Ela então puxou a gola de sua blusa para baixo, revelando um pescoço coberto de marcas indesejadas.
"Ariela, não me diga que você estava ocupada para isso com o Vitorino quando eu te liguei."
Tina falou de forma tão incisiva que Ariela teve vontade de se esconder em um buraco.
Ao ver o rosto de Ariela ficar da cor de fígado, Tina soube imediatamente que havia acertado em cheio.
"Deixe-me explicar..."
Ariela mal sabia como começar a se explicar, enquanto Tina se sentava ereta, com uma expressão que dizia claramente "estou esperando uma desculpa".
Depois de um longo silêncio, Ariela não conseguiu dizer uma palavra.
Ela tentou falar, mas Tina a interrompeu prontamente.
"Chega, não quero ouvir nenhum detalhe sórdido. Acabei de comer e não quero vomitar."
Tina respirou fundo, com a imagem de Henrique preenchendo seus pensamentos, e engoliu.
"Se vocês dois estiverem bem, então eu vou embora".
Ela estava preocupada que Ariela e Vitorino estivessem se separando.
Ariela tinha um rosto angelical, mas não era muito esperta.
Se Vitorino estivesse sob o controle de Tina, não importaria se ele estivesse rodeado apenas por Elodie ou todas as mulheres da Cidade de Bela; Tina saberia como manter sua atenção.
Um bom arranjo a longo prazo, com o casamento já no papel, por que se dar ao trabalho de ceder isso a outra pessoa?
Em seu lugar, Tina cuidaria de si mesma, usaria o cartão de Vitorino para se sustentar e faria com que Elodie parecesse uma esposa amarga.
Vendo que Tina gostou disso, Ariela decidiu lhe dar um bule de grãos de café.
"Você mencionou da última vez que seu pai estava no hospital, ele está bem?"
Tina não conseguia entender como um pai poderia colocar a filha em uma situação tão difícil por interesses pessoais.
Olhando por esse lado, pelo menos ela, sendo órfã, tinha a liberdade de escolher sua própria vida e as pessoas com quem queria estar, sem a pressão de uma família política ou as demandas de um casamento arranjado.
Quando Tina mencionou Leandro, a expressão de Ariela imediatamente se tornou triste.
Mas ela rapidamente escondeu seus sentimentos.
"Eu o visitei uma vez."
Leandro teve outro ataque quando ela foi confrontá-lo e acabou no pronto-socorro novamente, então ela não o visitou mais.
"Foi o Vitorino, aquele desgraçado, que não deixou você sair de casa? Eu sabia..."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...