O Maybach saiu lentamente do hospital, seguindo gradualmente para a avenida principal do centro de Cidade Bela.
Ariela nem percebeu que alguém a seguia até quase chegar à mansão da família Machado, quando então o seguidor tomou outra direção.
À noite, Ariela tinha um sono extremamente agitado.
Tudo em seus sonhos eram as acusações de Leandro.
Era como se ela tivesse voltado três anos no tempo, quando a família Sampaio estava passando por uma catástrofe sem precedentes.
Quando Vitorino retornou, Ariela passou a ser assombrada por pesadelos.
À noite, o quarto estava imerso em uma luz azulada, a chuva lá fora havia parado e raios de luar entravam pela janela.
Ele nunca tinha visto o rosto dela tão profundamente adormecido à noite.
No silêncio do quarto, seu rosto estava estranhamente vermelho.
Vitorino encostou a mão em testa dela e percebeu que ela estava com febre.
"Ariela?"
Ele franziu a testa e deu um tapinha de leve em seu rosto, mas ela não reagiu.
Vitorino acendeu a lâmpada e Ariela estava respirando pesadamente, com uma expressão de dor.
Será que ela havia se resfriado com a chuva da noite?
"Juliana, Juliana——"
No meio da noite, Juliana foi acordada aos gritos por Vitorino.
Juliana subiu as escadas correndo, ainda de pijama e chinelos.
"Traga água fria."
Ela não entendeu o que Vitorino queria.
"O que está esperando? Vá logo..."
Vitorino nunca havia cuidado de uma pessoa doente antes, mas sabia como cuidar de si mesmo quando não estava se sentindo bem.
Quando estava estudando no exterior, morava sozinho na mansão da família Machado, fora do país, e quando estava doente, teimava em não querer a ajuda de ninguém.
Quando estava com febre ou resfriado, levantava-se da cama para se refrescar com água fria e, quando melhorava um pouco, passava três dias sem comer nada além de canja de galinha.
Quando Juliana trouxe a água, foi só então que ele soube que a senhora estava doente.
Mulher insensata, ele havia corrido para casa no meio da noite para cuidar dela, e ela tinha essa ingratidão.
"Ariela, você acha que nosso casamento depende apenas de você?"
Quem ela pensava que era?
Ariela agarrou o lençol com força, tentando se levantar com dificuldade.
Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto pálido.
"Se não fosse por você ter me dito que a história sobre meu pai ter liquidado as ações era verdadeira, como eu o confrontaria? Se eu não o confrontasse, ele não teria sofrido um segundo derrame e não teria sido levado ao pronto-socorro. Não quero ver você, por favor, vá embora".
Logo após seu retorno, Catarina ligou para lhe dar a terrível notícia. Ariela queria correr para o hospital, mas Catarina a impediu, dizendo que sua presença só pioraria as coisas.
Ariela não suportou o choque e, depois de se molhar na chuva, acabou adoecendo.
"Eu não quero médico, não quero remédio e não quero que você se preocupe comigo. Se você chamar um médico, nós vamos nos divorciar, sair, sair daqui..."
As veias da testa de Vitorino latejavam de irritação.
Essa mulher havia aperfeiçoado sua capacidade de culpá-lo.
"Como quiser."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...