"Estou ocupado!"
"Esqueça..."
Amaro jogou a caneta de lado, metade das palavras escritas no papel de arroz eram fortes e poderosas.
"O que está acontecendo com essa Elodie?"
Vitorino manteve sua expressão inalterada, metade do rosto escondido nas sombras.
"Apenas uma amiga."
"Quem você acha que está enganando? Sua esposa desapareceu há três anos, quem teria coragem de ter um filho com você, com toda essa fofoca ao seu redor?"
Amaro preferia não se envolver nos assuntos dos jovens, mas quando se tratava do futuro herdeiro da família Machado, o assunto se tornava sério.
"Eu sei o que estou fazendo."
Vitorino não queria mais falar sobre Elodie.
Amaro caminhava impaciente pelo estudo.
Vitorino deslizava seus dedos sobre um isqueiro, de forma suave.
"Fique tranquilo, Elodie não entrará para a família Machado. Eu aluguei um apartamento para ela."
Do lado de fora do estudo, um galho se quebrou com um estalo sob o peso da neve.
Crash!
Uma xícara foi jogada aos pés de Vitorino, derramando café por toda parte.
"Seu desgraçado, já fui muito tolerante ao deixá-lo ficar até agora.
Ter uma atriz ao seu lado deveria me deixar com raiva de morrendo? Elodie não pode ficar, deixe-a desaparecer. Caso contrário, eu mesmo tomarei providências."
Vitorino manteve sua postura, inabalável.
Ariela estava parada na porta, segurando uma tigela de sopa quente.
Ela tomou uma tigela, e um empregado estava trazendo outra para o estudo, que ela pegou.
Ela acabou ouvindo a conversa sobre Elodie.
Não foi intencional, foi por acaso.
"Tudo posso ouvir de você, menos quando se trata de Elodie."
Ariela hesitou, sentindo algo se quebrar dentro dela.
Um som pesado veio de dentro.
"Para uma mulher como essa?"
Amaro estava indignado e não permitiu que ela tivesse a chance de ser a mulher de seu neto.
"Eu vou ter um filho com a Ariela, deixe a Elodie em paz."
Vitorino falava calmamente, mas cada palavra parecia pesar uma tonelada, todas elas caindo sobre o já frágil coração de Ariela.
Bang!
A tigela na bandeja caiu, quebrando-se em pedaços.
Ela cobriu a barriga levemente dolorida e fugiu antes que fosse vista.
Agora, Amaro queria se livrar de Elodie com Vitorino, e Vitorino estava usando o filho dela como objeto de troca.
O coração de Ariela estava gelado.
Corina olhou para ela, sem fazer perguntas.
"Dirija, leve a senhora para casa."
A neve caía cada vez mais forte, cobrindo tudo de branco.
Ariela voltou para a mansão comprada por Vitorino.
"Senhora, você ainda não menstruou este mês?"
Corina perguntou, com um tom de acusação.
Ariela sentiu um breve pânico, mas rapidamente se recompôs.
"O que você quer dizer?"
Ela estava farta daquela situação.
"Você tomou todos os remédios que te dei?"
Corina falou como se estivesse interrogando um criminoso.
"Sua menstruação é no dia 10, Juliana disse que você ainda não usou absorventes este mês, eu gostaria de saber…"
Ariela se virou, lançando um olhar frio sobre o rosto de Corina.
"Desde quando você se tornou minha governanta pessoal? Os assuntos íntimos entre mim e meu marido precisam ser relatados a você?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...