Amor ou Dor? Devo persistir? romance Capítulo 57

Adélia certamente não esperava que Tina lhe dirigisse tais palavras. Vinda de uma família abastada, ela encontrou-se, de repente, corada e sem resposta.

Tina apagou seu cigarro no cinzeiro, e a fumaça que restou tingiu seus olhos puros com um toque de encanto, embelezando-a de uma maneira quase irreal.

"Senhorita Cardoso, eu pensei que poderíamos ser amigas na verdade."

Para Tina, que era astuta e experiente, o apelo emotivo de Adélia parecia o jogo ingênuo de uma criança tentando competir com um adulto, sem chance alguma de vencer.

"Você, que será a futura matriarca, do que tem medo?"

Ela se inclinou ligeiramente para trás, seus olhos grandes e penetrantes brilhavam, misturados com um traço de malícia e provocação.

Nada nela lembrava o comportamento esperado de uma grande estrela.

As palavras não ditas de Tina eram claras: não teria a ilusão de poder substituí-la como esposa legal de Henrique, mas mesmo que vocês dois se casem, manterei esse relacionamento com Henrique. Enquanto Henrique não me rejeitar, o que você pode fazer?

Adélia se esforçou para controlar sua raiva, sentando-se ereta.

"Por que você se apegaria a um relacionamento que não pode ser tornado público? Você é muito popular agora, não tem medo de que sua reputação seja prejudicada se esse assunto for conhecido?"

No café, Tina pediu um vinho.

Ela não ofereceu a Adélia, servindo-se de um copo.

"Tal relacionamento não pode ser mantido por minha vontade própria. Que tal você tentar a convencer seu noivo?"

Adélia sabia que o embate entre elas não seria simples, mas nunca imaginou que Tina, como uma grande estrela, recorreria a táticas tão baixas.

Indignada, ela pegou o vinho da mesa e jogou sobre Tina, até mesmo avançando para lhe dar alguns tapas.

Ariela apareceu e ficou chocada ao ver Tina sendo agredida, paralisada.

Ela ainda lembrava quando Tina havia superado Elodie numa briga que terminou na delegacia.

Adélia, por sua vez, só poderia esperar um fim terrível.

"Adélia, pare."

Embora Henrique tivesse saído, ele inesperadamente retornou.

Da janela, ela viu Henrique levar Adélia para o carro.

"Você quer ir ao hospital ver seu rosto? Por que não revidou?"

Ariela não conseguia entender como Tina, que havia enfrentado Elodie com tanta ferocidade, havia sido dominada por Adélia dessa forma.

"Revidar? Uma amante lutando contra a esposa oficial não é apropriado."

Tina retirou seu olhar da janela, sem mostrar humilhação ou tristeza em seus olhos, mas sim um leve traço de satisfação.

"Eu estou assim, Henrique naturalmente se sentirá obrigado a me compensar. Lutar com alguém daquela estirpe não é vantajoso. Não vale a pena."

Ariela ficou sem palavras, pois mesmo numa hora dessas, Tina estava pensando em termos de retorno.

"Tina, você é tão talentosa que poderia ter sucesso por conta própria..."

Um sorriso irônico surgiu nos lábios de Tina.

"Depender de si mesma é o discurso mais hipócrita. Eu, que cresci num orfanato e fui ajudada por todos, devo tudo o que tenho hoje a Henrique. Como poderia depender apenas de mim mesma?"

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