Ariela pegou um táxi até o café onde havia combinado de encontrar com Tina.
Ela não deixou o motorista acompanhá-la, cansada de sentir-se sufocada pela falta de liberdade que vinha com o título de Sra. Machado há tempos.
Antes, ela pensou que o título era uma promessa de Vitorino e um privilégio especial, porém, agora ela percebia que o que este título lhe trouxe não foi mais do que o controlo de Vitorino e os constrangimentos da família Machado.
O garçom a conduziu até onde Tina estava sentada.
Ao se sentar, Ariela viu o carro de Henrique se afastando lentamente através da janela panorâmica do café.
O olhar de Tina seguiu o veículo até ele desaparecer, só então ela voltou sua atenção para Ariela com seriedade.
"Você engordou um pouco."
Tina esticou a mão e beliscou a face rosada de Ariela.
Durante esses três anos, Ariela manteve sua forma, pensando que Tina possuía algum segredo.
Na verdade, era só porque não estava se alimentando bem.
"Está crescendo rápido, dentro de mim, Tina. Eu tenho medo de não esconder muito tempo."
Vitorino ainda estava a atormentando, e ela não via uma saída para se livrar totalmente dele.
"Por que você insiste no divórcio?"
Tina pediu um café com leite para Ariela e um ice americano para si.
"Eu não quero que eu e meu filho nos tornemos sacrifícios no altar do amor dele com Elodie."
Tina queria fumar, mas se conteve na presença da amiga grávida.
"Se fosse eu, usaria a identidade da Sra. Machado para dar à luz em segurança, e depois daria um jeito de ir embora para bem longe, deixando-o desesperado. É melhor do que ficar se escondendo."
Ariela não queria mais discutir esse assunto.
"Deixa para lá, como estão indo suas filmagens recentemente?"
"Bem."
Os contatos de Henrique no mundo do entretenimento eram de nível superior.
Com ele garantindo proteção durante todo o tempo, Tina estava praticamente invencível.
Não só lucrava muito, como também viajava a trabalho, explorando quase toda a Europa com ele.
Ariela, vendo a felicidade dela, não teve coragem de desanimá-la.
"Você não precisa me olhar assim, cada um escolhe seu próprio caminho."
Caso contrário, não teria tomado uma decisão tão definitiva após tantos anos de amor.
"Um triângulo amoroso, o que mais?"
A fala de Tina quase fez Ariela engasgar com seu café.
Vendo o espanto de Ariela, Tina falou muito séria.
"Não estou brincando. Por amor, eu não consigo abrir mão do que já conquistei. Não amo ele, contanto que ele possa ser útil enquanto estamos juntos, não me importo qual é o relacionamento entre nós."
Ariela sentiu que Tina estava mentindo.
Se não, o que explicaria a relutância em seus olhos quando Henrique partiu?
Ela não admitia, e como amiga, Ariela achou melhor não expor.
"Renato foi transferido por cinco anos, que é obra de Vitorino, certo?"
Tina mudou o assunto para Renato.
Parecia que aquele homem vigiava Ariela bem de perto.
'Por que só agir agora?' Tina reclamou em seu coração.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...