Ele realmente queria ter uma oportunidade de recomeçar com ela.
"Não precisa, eu consigo pegar um táxi sozinha."
Ariela não queria criar problemas desnecessários.
"A neve está muito forte, é mais seguro eu te levar."
Nestor estava disposto a fazer qualquer coisa por ela.
Ariela não pôde deixar de pensar em como ficaria feliz se Vitorino lhe tivesse dito essas palavras, mas era uma pena que tal coisa nunca acontecesse.
"Nestor, é melhor você voltar. Eu sou casada, não quero causar mal-entendidos desnecessários"
O incidente de Renato a assustou muito e ela realmente não queria envolver mais ninguém.
Nestor não insistiu mais.
"Se precisar, me liga."
Ariela caminhou sozinha para dentro da nevasca.
Nestor estacionou o carro onde ela não pudesse vê-lo, observando-a entrar no táxi até que partisse.
Ela chegou à casa da família Machado quando já estava amanhecendo.
Voltando para casa enfrentando o vento e a neve, ela recebeu uma ligação de sua mãe dizendo que Leandro já estava fora de perigo, ainda sob o efeito da anestesia e sem previsão de acordar.
O coração de Ariela finalmente se acalmou.
Juliana lhe contou que Vitorino tinha voltado e perguntado por ela, mas havia saído pouco antes de amanhecer.
"O senhor deixou algum recado?"
Ela não acreditava que ele voltaria e não diria nada ao perceber sua ausência.
Juliana a olhou e disse baixinho: "O senhor disse que você não poderá sair à noite no futuro, caso contrário, arcaria com as consequências."
Arcaria com as consequências.
Além de usar Renato para ameaçá-la, o que mais ele poderia fazer?
Ariela subiu as escadas por conta própria, descobrindo que o escritório onde ela dormia estava trancado, com Juliana seguindo logo atrás.
"O senhor disse que a senhora agora só deve dormir no quarto principal."
Essas palavras fizeram Ariela ranger os dentes, enquanto Juliana mantinha a cabeça baixa, evitando seu olhar.
Ariela realmente se sentia patética — Corina, a empregada, agora qualquer uma na família Machado podia facilmente usar Vitorino para manipulá-la.
Ariela acenou com a cabeça.
"Entendido."
Sem resistência, ela seguiu obedientemente para o quarto principal.
O celular de Ariela vibrou algumas vezes sobre a mesa.
"Srta. Sampaio, hoje tem um evento especial para casais, você tem disponibilidade para tocar por duas horas em nosso hotel?"
Era o hotel de luxo onde ela e Renato haviam jantado, e a oferta era muito boa.
Ela estava sem dinheiro e devia mais de cem mil para Nestor.
"Sim."
Evento especial para casais?
Claro que ela estava livre, o que isso tinha a ver com ela?
Vitorino tinha saído e não voltou durante todo o dia.
Seu celular também permaneceu em silêncio.
À tarde, ela se arrumou cuidadosamente, a apresentação começava às seis, e ela chegou cedo ao hotel.
O gerente lhe entregou a lista de músicas, e era evidente que aquele era um dia especial, com muitas reservas para jantares à luz de velas.
As músicas que ela tinha em mãos eram todas conhecidas por ela.
Sob a luz suave do lobby do hotel, cada mesa estava iluminada por velas.
As melodias suaves e tranquilas fluíam dos dedos de Ariela, mergulhando todo o recinto em uma atmosfera romântica e acolhedora.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...