Naquele momento, o celular de Vitorino tocou.
"Vitorino, por que você ainda não chegou?"
Uma voz suave e doce emanou do celular enquanto Ariela fixava o olhar na bolsa até seus olhos ficarem doloridos.
Elodie…
Mais tarde, ele levaria Elodie a uma festa.
Ela, a legítima Sra. Machado, só poderia manter um casamento oculto com ele.
Ela nunca poderia ser exposta à luz do dia.
Vitorino sussurrou sinistramente em seu ouvido enquanto assinava a certidão de casamento.
"Você só queria um título, não é? Bem, eu lhe dou o título de Sra. Machado.
Mas uma Sra. Machado que só você mesama reconhece."
"Estou indo, espere por mim."
Sua voz ao responder estava repleta de uma ternura que Ariela nunca tinha ouvido antes, um murmúrio suave e acalentador.
Vitorino desligou o telefone.
Seu olhar caiu involuntariamente sobre seu próprio ventre.
Com os lábios apertados, ela olhou para Vitorino e, pediu pela primeira vez.
"Você pode não ir hoje, por favor?"
O homem calmamente vestiu a calça, ajeitou e fez o nó da gravata novamente.
"Você não está menstruada? Se não podemos fazer nada, por que eu deveria ficar?"
Com relação a Ariela, o tom de sua voz era novamente cruel e indiferente como sempre.
Outra ligação foi feita às pressas.
Vitorino franziu a testa imperceptivelmente e vestiu seu casaco.
Ariela bloqueou seu caminho, com determinação em seus olhos.
"Só desta vez, eu preciso falar algo com você."
Vitorino, visivelmente irritado, segurou seu queixo.
"Vitorino, meu estômago dói, você pode me levar ao hospital?"
Vitorino hesitou por um momento: "Vou encontrar alguém para levá-la".
Na curva da escada, a figura de Vitorino já havia desaparecido.
Ariela, suportando a dor intensa, foi para o terraço do segundo andar, enquanto no andar de baixo o som do motor de um carro preto rugia, o portão da mansão estava aberto, o carro desapareceu na noite como um peixe no fundo do mar, desaparecendo rapidamente.
Minutos depois, Corina Braga se aproximou.
"Sra. Machado, o Sr. Machado disse que a senhora precisa ir ao hospital. Todos os carros da casa já foram revisados, acabaram de ser encerados, e com a neve lá fora, está muito frio para aquecer os carros, isso pode atrasar o tratamento? Se não se importar, pode usar meu carro".
Ariela, isolada no frio cortante, esboçou um sorriso irônico, sua voz desprovida de calor.
"Não é necessário."
A neve caía sobre seus cabelos escuros e ombros expostos, mas ela nem mesmo sentia o frio.
"Ah, sim, esse remédio que o Sr. Machado lhe disse para tomar."
Ariela olhou com indiferença para a pílula do dia seguinte nas mãos de Corina, com desprezo em cada traço de sua expressão.
"Diga ao Vitorino que eu não vou engravidar usando a boca, ele pode ficar tranquilo."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...