Renato sempre observava com bom humor.
Vitorino acendeu um cigarro.
"Divórcio?"
Mesmo o advogado já estando envolvido, ela realmente sabia como agir.
"Eu disse que não quero nada. Afinal, era apenas um pedaço de papel entre nós, casar ou divorciar não faz diferença."
Ariela tinha uma pouca lágrima em seus olhos.
Vitorino permaneceu em silêncio.
Os três ficaram em silêncio por um momento.
O salão grande e iluminado.
Ariela, no entanto, sentia-se extremamente sufocada.
"Sr. Machado..."
Renato mal tinha começado a falar.
Vitorino se levantou e, de passagem, pegou a mão de Ariela.
"Os assuntos domésticos entre eu e minha esposa não precisam da interferência de terceiros."
Ele pegou o casaco de Ariela e a levou embora diretamente.
"..."
Renato ficou sozinho diante de três xícaras de café frio.
Ele sentiu uma frustração contida.
Teria vindo para pegar um caso ou para assistir a um show de romance?
Vitorino carregou Ariela para fora.
Ela tentou se soltar, mas não conseguiu vencer a força dele.
Ele a arrastou para dentro do carro e trancou as portas.
"Você não quer mais ser a Sra. Machado?"
Vitorino a pressionou contra ele.
"Eu sou?"
O canto da boca de Ariela era puro escárnio.
Vitorino sentiu uma pressão em seu peito.
Ele segurou seus braços e a pressionou contra o assento traseiro do sofá.
O assistente automaticamente desviou o olhar e puxou a cortina do carro para trás, dirigindo lentamente para frente.
O espaço apertado no banco de trás quase tirou todo o ar do peito de Ariela.
"Ariela, mesmo em uma discussão há limites."
Vitorino estava muito perto dela.
O perfume suave dela provocava uma reação instintiva em seu corpo.
Os olhos de Ariela nunca haviam sido tão determinados.
Tão determinados quanto sua decisão naquele momento.
"EU QUERO O DIVÓRCIO!"
Ela falou cada palavra claramente.
Vitorino recuou, rosnando entre dentes cerrados.
"Pare o carro."
O assistente não ousou olhar para trás, nem mesmo para o espelho retrovisor.
"Fora."
Ariela mordeu o lábio.
parando em silêncio.
O assistente sentiu o cheiro leve de cigarro dentro do carro.
Era a primeira vez que ele percebia que o Sr. Machado também tinha seus momentos de mau humor.
A silhueta de Ariela aos poucos aparecia no espelho retrovisor.
Seus cabelos, agora molhados pela chuva, colavam em seu rosto.
Ela estava usando apenas um casaco curto sobre um vestido de malha.
Estava em um estado deplorável.
A janela estava parcialmente abaixada.
Vitorino, no banco de trás, endireitou as costas.
Sua expressão tensa indicava que sua paciência estava no limite.
Parar o carro na beira da estrada e esperar por Ariela era a concessão que ele estava fazendo a ela.
Se ela simplesmente cedesse, a porta da família Machado ainda estaria aberta para ela.
Ariela sabia muito bem que o fato de Vitorino ter ido tão longe já era um grande gesto da parte dele.
Naquele momento, ela tinha que aceitar a situação.
Assim como antes.
Bastava ele chamar, e ela voltaria imediatamente ao lado dele.
Como um canário manso e complacente.
Escondida na mansão que Vitorino havia comprado para ela, sendo a Sra. Machado desconhecida.
Segurando o cerditão de casamento.
Sonhando consigo mesma que realmente havia se tornado sua esposa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...