Juliana entrou no quarto, e a cena infernal que se desenrolava quase a fez desmaiar.
A senhora ostentava um sorriso desesperado e sinistro no rosto.
A faca em sua mão deslizava uma e outra vez sobre seu pulso, como se ela não sentisse dor.
Ela murmurava para si mesma.
"Para que viver sendo quem sou..."
Juliana correu até Ariela, arrancando a faca de suas mãos, enquanto gritava por ajuda.
"Alguém, socorro!"
Vitorino estava prestes a dar partida no carro quando um grito lancinante do andar de cima o fez subir as escadas na maior velocidade.
Ariela estava caída numa poça de sangue, com Juliana a seu lado, tentando estancar o sangue que ainda jorrava de seus pulsos.
O tapete estava todo manchado de sangue, uma visão horrível, como se alguém tivesse morrido ali.
"Ariela, o que você fez? Você enlouqueceu?"
Vitorino pressionou seus pulsos sangrando, tentando inutilmente conter o sangramento.
Ele a ergueu nos braços, e em segundos, sua camisa e calças estavam ensopadas de sangue.
Ele a carregou rapidamente para o carro, deixando um rastro de sangue atrás de si, enquanto os empregados da casa entravam em pânico.
Juliana, coberta de sangue, desceu as escadas, assistindo Vitorino levar Ariela embora de carro.
"Vitorino, eu não quero ser salva. Meu irmão morreu, meu pai também morreu, assim como meu filho, todos se foram. Não há sentido em eu viver sozinha."
Ariela falava cada vez mais fraco, desejando a morte, sem nenhum apego à vida.
"Não fale mais, economize suas forças. Senão nem um milagre poderá salvar você."
Seu coração estava apertado, sua mente, um turbilhão de pensamentos incoerentes.
"Eu não quero ser salva por você, não quero..."
Ariela, por fim, desmaiou devido à perda excessiva de sangue.
Vitorino acelerou ao máximo, fazendo uma ligação que controlou o tráfego do caminho até o hospital, desativando todos os semáforos.
Ele a puxou, apressadamente indo em direção ao carro.
"Vitorino, o que aconteceu? Você está coberto de sangue..."
Deus, Vitorino havia cometido um crime?
Vitorino não tinha tempo para responder, cada minuto a mais era um risco para a vida de Ariela.
Elodie, vendo sua expressão aterrorizante, não ousou fazer mais perguntas.
Ela o deixou levá-la para o carro.
Com Elodie ao seu lado, Vitorino finalmente sentiu uma leve estabilidade em suas emoções.
"Ariela se suicidou."
Essa foi a notícia mais chocante que Elodie poderia ouvir.
Um turbilhão de emoções a invadiu, mas antes que pudesse fingir preocupação, Vitorino continuou.
"Ela cortou os pulsos, a ferida é profunda, e ela perdeu muito sangue. Há risco de vida. Ela tem sangue RH nulo, e eu lembro que você também tem. Por favor, salve-a. Eu faço o que você quiser em troca..."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...