Ariela estava coberta com o casaco dele no banco de trás, com o rosto levemente inclinado para o lado, já dormindo há quase duas horas.
Chegaram à mansão.
Juliana viu um forte feixe de luz invadir o jardim e apressou-se em levantar-se para abrir o portão para o carro de Vitorino entrar.
Ele entrou carregando Ariela, totalmente inconsciente nos braços.
"Céus — é a senhora."
Juliana exclamou, surpresa.
Nos últimos dias, a Cidade de Bela foi virada de cabeça para baixo por Vitorino, todos sabiam que a Sra. Machado havia desaparecido.
Pensava-se que Vitorino traria de volta um corpo morto, mas, por sorte, Ariela foi resgatada a tempo.
Subindo as escadas, Vitorino pessoalmente preparou a água do banho para ela e cuidadosamente ficou ao lado da banheira enquanto ela se banhava.
Seu corpo estava coberto de marcas de amor visíveis, algumas eram hematomas adquiridos durante a luta com aqueles homens.
Vitorino, ao ver essas cicatrizes profundas e superficiais, teve suas pupilas contraídas.
Ele não perdoaria nenhum daqueles miseráveis.
Ariela sofreu muito no carro e, somado ao efeito dos medicamentos, dormiu profundamente, tão profundamente que não acordou nem quando Vitorino terminou de lhe dar banho e a vestiu com o pijama.
Vitorino passou a noite sentado no sofá da sala.
Ele nunca se importou tanto com Ariela, mas no dia em que soube do seu desaparecimento, quase enlouqueceu.
Hoje, Ariela finalmente foi resgatada, cheia de feridas.
Se ele não tivesse chegado a tempo, as consequências seriam impensáveis.
Se ele não saísse ao restaurante naquele dia, Ariela teria sido sequestrada? Ele se afundou em profunda culpa.
O celular tocou novamente, Elodie ligava todas as noites pedindo para ele a acompanhar.
Ele franziu a testa, sem vontade de atender.
O celular tocou por muito tempo, Vitorino, por fim, atendeu.
"Vitorino, eu tentei te ligar o dia todo..."
A voz de Elodie era tímida.
Vitorino não havia dado atenção a ela nos últimos dias, toda a Cidade de Bela sabia que ele estava furioso procurando por Ariela.
Isso deixou o departamento de polícia e todo o setor de segurança ansiosos, quase mobilizando o exército.
Elodie até que era bonita, mas Vitorino simplesmente não se interessava.
Ele nunca pensou em se casar com Elodie.
Ele não a via com bons olhos.
O corpo de Vitorino afundava profundamente no sofá.
A fumaça do cigarro entre seus dedos subia lentamente, e um leve aroma de tabaco preenchia o ambiente ao seu redor.
Na curva da escada, Ariela, com os olhos embaçados, ouvia há tempos ele conversando com outra mulher ao telefone.
Embora o conteúdo da conversa fosse escasso, Ariela estava certa de que ele a havia deixado para trás por causa de Elodie naquele dia.
Se não fosse por ele ter partido sem ao menos avisá-la, como ela poderia ter sido sequestrada?
Ele veio resgatá-la, mas e se não tivesse conseguido? O que teria acontecido?
Ariela sentiu um frio percorrer seu corpo.
Esse homem, que sempre dizia ser seu marido, que papel ele realmente desempenhava em sua vida?
"Senhora, o que aconteceu para a senhora estar aqui descalça?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...