"Senhora, você acabou de voltar do hospital, ainda doente, e lá fora está chovendo tanto. Acho que deveria descansar primeiro. O senhor voltará ao amanhecer."
Juliana temia causar problemas para Vitorino.
Nos últimos dias, a atitude de Vitorino para com Ariela mudou drasticamente, e até ela tinha que pisar em ovos ao redor da senhora, não podendo mais agir de maneira descuidada como antes.
Depois de falar, Juliana subitamente se ajoelhou.
Ariela recuou, surpresa.
"Senhora, me desculpe por falar demais, peço que me perdoe. Se o senhor souber que eu disse algo impróprio, certamente me demitirá. Meu filho dos vinte anos, gosta de apostar e toda a nossa família depende do meu salário para viver. Senhora, poderia me poupar?"
Juliana falou de maneira tão lastimável que Ariela ficou assustada.
A intensa reação da empregada da casa, dizendo que seu marido estava tendo um caso, era algo que Ariela jamais acreditaria.
Ela virou-se silenciosamente e subiu as escadas, arrastando os pés.
Juliana respirou aliviada somente quando a viu se afastar e rapidamente se levantou do chão.
Ariela sentou-se no andar de cima por um longo tempo.
Fragmentos de memórias passavam por sua mente, e ela tentava arduamente conectá-los, mas falhava em lembrar.
Olhando para o vazio à sua frente, Ariela permaneceu sentada no sofá, com os olhos abertos.
Quando Vitorino chegou, ainda não estava completamente claro.
Ele abriu a porta e, à luz fraca, percebeu que a cama estava vazia.
No sofá ao lado da cortina, Ariela estava sentada, silenciosa.
Clique—
A luz acendeu, e Vitorino viu sua esposa sentada, vestida de maneira simples, quieta como uma boneca.
"Ariela?"
A mão de Vitorino parou no interruptor, com uma expressão um tanto constrangida.
Ariela virou lentamente a cabeça ao ouvir sua voz, com os olhos desfocados.
"Tive que cuidar de algo importante ontem e não quis te acordar."
Ele não sabia como explicar que tinha passado a noite fora com Elodie.
Não era apenas ela; Vitorino também enfrentou a resistência e frieza dela como antes.
Ele havia se esforçado tanto para trazê-la de volta, não era para ela lhe mostrar indiferença.
Ela pertencia a ele, como ousou?
Sem tempo para reagir, Ariela foi prensada contra a janela.
O vidro frio a fez despertar.
"Ariela, não me olhe assim. Eu só saí para resolver algumas coisas, não é o que você está pensando."
Seu reflexo no vidro mostrou um homem de aparência bonita, mas feroz.
Ariela não conseguia aceitar que um homem que tinha sido tão gentil com ela pudesse mudar tão rapidamente.
"Há mais de meio mês, tenho cuidado de você com todo cuidado, e é assim que você me retribui?"
Vitorino arrancou sua roupa exterior, ignorando a luta de Ariela para se soltar, e a levantou pela cintura, forçando suas pernas a se abrirem.
Se Ariela não resistisse, ela cairia.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...