Vitorino estendeu os braços e a envolveu.
"Venha comer."
Ele viu a inquietação nos olhos de Ariela.
Antes, ele nunca tinha prestado atenção em suas reações.
Ariela ainda estava descalça, então Vitorino simplesmente a acomodou em seu colo.
Juliana, ao trazer a comida, ficou um pouco surpresa ao ver o senhor e a senhora tão apaixonados.
Ariela ainda se sentia desconfortável.
"Sr. Gabriel virá logo mais."
Ele gentilmente limpou um resíduo que estava no canto dos lábios dela e, aproveitando o momento de distração de Ariela, deu-lhe outro beijo.
Essa expressão bobinha e adorável era irresistível.
"Sr. Gabriel?"
"Sim, você não queria se tornar a discípula dele? Eu falei com ele, e ele concordou. E mais, não será necessário participar de nenhum concurso de pintura."
Nos olhos de Ariela, havia uma alegria indisfarçável.
Ela ignorou o olhar dos empregados, abraçou o pescoço dele e sussurrou em seu ouvido.
"Querido, você é tão bom para mim."
Juliana ouviu e pensou ter ouvido errado ao colocar os pratos.
"Ah. E como você pretende me agradecer?"
Sua mão repousou sobre a longa perna dela, subindo suavemente pelas curvas.
Juliana viu isso e virou-se para sair.
A mão de Ariela cobriu a dele.
Seu rosto estava corado, e ela lutava para não fazer nenhum som.
Essa iniciativa era uma novidade.
Vitorino estava visivelmente distraído.
Até que o relógio na parede fez um som, fazendo-os voltar à realidade.
Havia uma mancha vermelho-escura sob a saia dela.
Vitorino franziu a testa, percebendo de imediato o que tinha acontecido, e recolheu a mão.
O rosto de Ariela ficou ainda mais vermelho.
Meu Deus, estavam no restaurante, e os empregados ainda estavam do lado de fora.
Que ferramenta se veria como um tesouro amado?
Quanto mais era necessária, mais se sentia humilhada.
Ariela deixou que ele a levasse para o andar de cima, mas apesar do desejo evidente dele, no final, ela só foi permitida satisfazê-lo com boca.
Ela não entendia.
"Você não está se sentindo bem, teve febre e ficou hospitalizada recentemente, precisa de cuidados especiais."
Para evitar que ela pensasse demais, ele até a confortou deliberadamente.
"Não fique andando descalça por aí, nem saia no vento. Fique na cama, e não se mova desnecessariamente dentro do quarto."
Ariela havia sofrido um aborto.
Na noite anterior, durante o banho, ele não se conteve, mas só ousou explorar superficialmente, satisfeito em saber que ela estava bem.
Felizmente, Ariela nunca soube o que realmente aconteceu.
A memória da perda de um bebê era dolorosa, ele achava que ela não precisava saber.
Agora, tudo o que ela precisava saber era que era a Sra. Machado, a mulher mais amada por Vitorino.
O resto não importava.
"Ah. Estive apenas resfriada e com febre, não precisa exagerar."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...