A moça estava tão assustada que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
"Eu não vou vender este cachorrinho, desculpe."
Este homem parecia atraente e encantador, mas suas palavras eram terrivelmente assustadoras.
Ela viu Vitorino segurando o cachorrinho, parecendo que ele estava prestes a cozinhá-lo a qualquer momento, queria estender a mão para pegá-lo de volta, mas não ousou.
Vitorino olhou para o cachorro, pensou por um momento.
"Deixe para lá, quanto custa? Eu vou comprar."
A moça hesitava se deveria vendê-lo, preocupada que ele pudesse maltratar o animal.
Ela tinha criado esses cachorrinhos com muito cuidado, querendo encontrar bons pais para eles, mas esse homem era realmente assustador.
"Fique tranquila, eu não vou maltratá-lo."
Atrás de Vitorino, à porta da pet shop, um grupo de seguranças se alinhava, uma presença intimidante.
A moça aceitou o dinheiro tremendo de medo.
Assim que Vitorino saiu, as lágrimas dela caíram imediatamente.
Vitorino mandou entregar o cachorro que comprou em sua casa e voltou para o hospital.
Roberto estava arrumando suas coisas.
Lá fora o vento gelado cortava, mas dentro do quarto do hospital estava agradavelmente quente.
Já havia suor na testa dele.
"Sr. Machado. Eu concluí o primeiro passo do tratamento de hipnose para a Sra. Machado, se vai funcionar ou não, só o destino dirá."
Ele fez o melhor que pôde.
Ninguém podia hipnotizar uma pessoa em estado vegetativo.
Vitorino, encostado na parede, puxou um cigarro e colocou na boca, mas não acendeu.
"Não me conte o processo, eu só quero os resultados. Você tem mais dois dias."
Roberto pegou suas coisas e saiu em silêncio.
Vitorino voltou sua atenção para o monte de folhas A4 que deixou para Roberto.
Vitorino só leu a primeira parte.
"Vitorino, eu tanto queria que você fosse assim comigo. Embora eu saiba que é impossível, embora eu saiba que é apenas uma esperança, essa esperança nunca se realizará."
Vitorino continuou lendo.
O bem que ele fez a Ariela, e o que Ariela esperava, estava tudo anotado no papel, ele leu para ela em voz alta.
Todo o mal, ele simplesmente absorveu silenciosamente ou escolheu ignorar.
"Ariela, se você acordar, eu prometo que eu darei a você tudo que você quer."
Colocou aquele documento na mesa de cabeceira.
Roberto viria novamente amanhã.
Ela iria acordar, ela teria que acordar.
Ele não permitiria, nem mesmo a morte poderia levá-la.
Vitorino virou-se e saiu do quarto do hospital.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...