Amor ou Dor? Devo persistir? romance Capítulo 111

Vitorino ouvia em silêncio as acusações de Tina, sem emitir um único som por um bom tempo.

Henrique inicialmente temia que, agindo assim, Tina despertasse em Vitorino o desejo de matar.

Até que ele viu um lampejo de tristeza e desolação nos olhos do Sr. Machado, o que o deixou estupefato.

Será que Vitorino nutria sentimentos por Ariela?

"Vitorino, eu não sei o que você fez para que Ariela preferisse a morte a ficar ao seu lado, mas é melhor você salvar a vida dela, caso contrário, você carregará o estigma de um assassino pelo resto da vida."

Tina lamentou profundamente, Ariela não queria mais viver por causa de um homem como esse, que desperdício.

"Você não só matou a mulher que mais te ama, como também matou o bebê de vocês. Nem mesmo um animal seria tão cruel... Você é pior do que uma fera..."

"Chega, já disse o que tinha que dizer, agora saia."

A expressão de Vitorino era tão neutra, tão impenetrável, que Tina não conseguia decifrar nem um pouco.

Henrique a puxou.

"Vamos embora. Deixemos que o Sr. Machado resolva isso por conta própria."

Tina foi levada à força por Henrique.

A porta se fechou atrás deles com um estrondo.

Vitorino virou-se e viu Ariela, que jazia silenciosamente na cama do hospital, com a tez pálida e a respiração tão fraca que mal podia ser percebida.

Ele se aproximou e delicadamente segurou sua mão fria; ela não reagiu.

Assim como naquele dia em que descobriu que ela tinha sofrido um aborto e fora levada para o hospital, ele veio visitá-la.

A diferença era que ela estava apenas zangada com ele naquela ocasião, enquanto agora estava completamente inconsciente.

"Você realmente me odeia tanto assim?"

Vitorino sentou-se ao lado da cama, da luz do entardecer até o acender das primeiras luzes noturnas.

Uma melancolia suave sempre o envolvia, como um marido apaixonado sussurrando para sua esposa.

"Ariela, ouça bem, não pense que vou deixar sua família em paz indo embora assim. O que você me deve não se paga apenas com a sua vida."

Melhor casar com alguém cujas intenções ele conhecia claramente, garantindo que ele tivesse o controle, do que com alguém que não entendia.

Ele não a amava; bastava que fosse fácil de controlar.

À luz da lua, Vitorino gentilmente acariciou seu rosto, primeiro o nariz, depois os lábios.

Ela estava adormecida, não morta.

Seus lábios ainda estavam macios, seu corpo ainda era flexível.

O leve cheiro de medicamento em seu corpo não conseguia esconder o perfume feminino, fazendo com que Vitorino, incontrolavelmente, puxasse seu cobertor.

Durante a gravidez, ela comia muito, e seu corpo tornou-se cada vez mais voluptuoso.

Ele desabotoou o uniforme de hospital dela, um botão, dois botões, sua pele brilhava translúcida, tremendo suavemente com sua fraca respiração.

O olhar de Vitorino tornou-se ardente, sua respiração acelerou.

A fria luz da lua brilhava sobre sua pele lisa, emitindo um brilho sedutor como porcelana.

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