Quando ela chegou ao local, o apresentador já estava lendo o elogio fúnebre.
Todos os presentes no velório vestiam-se de preto, os homens uniformemente em ternos pretos e as mulheres em vestidos da mesma cor, formando um mar sombrio à vista.
Uma atmosfera de luto e tristeza permeava todo o salão.
Queren avistou Ophelia, que franzia a testa com um olhar repleto de censura e descontentamento.
As pessoas ao redor seguiram seu olhar em direção a Ophelia.
Sem querer causar alarde e perturbar o respeito ao falecido, Ophelia viu, não muito longe de Queren, a imponente silhueta de um homem e apressou-se em se sentar ao seu lado.
Mas assim que se acomodou, percebeu que o corpo do homem ao lado tensionava-se levemente.
Os olhares de reprovação de Queren só aumentaram, e os olhares ao redor também se intensificaram.
Ophelia sentia-se perdida sob tantos olhares, percebendo que algo estava errado na atmosfera do lugar, olhou instintivamente para o homem ao seu lado.
E então, ela ficou paralisada.
Ao seu lado não estava Gregório.
Era seu irmão mais velho, Gilberto.
Os irmãos eram semelhantes tanto em aparência quanto em estatura, e era fácil confundi-los de costas.
Mas, Gilberto, sendo o primogênito, possuía uma postura digna e firme, enquanto Gregório era mais despojado e atraente.
Em comparação com Gilberto, que desde cedo foi preparado para ser o herdeiro do Grupo Pascoal, Gregório tinha um ar de nobreza que sempre chamava a atenção.
Ophelia sentiu-se extremamente desconfortável.
Num momento tão solene, ela tinha ido direto ao irmão do marido diante de todos, era compreensível o olhar reprovador de Queren.
Percebendo seu desconforto, Gilberto falou com uma voz baixa: "Somos todos família aqui, não fique tensa."
Ophelia, com um rosto cheio de desculpas, respondeu: "Desculpe, Gilberto, pensei que fosse o Gregório."
Os irmãos Pascoal tinham cada um relógio de pulso único no mundo, um presente de um parente, diferenciados apenas pelas iniciais na face.
Ao lado dele, Kristina usava um elegante vestido preto, com um lenço no pescoço adicionando um toque de cor, parecendo respeitável e elegante.
Kristina sorriu para ela: "Faz tempo, Ophelia."
"Realmente faz muito tempo", respondeu Ophelia com um sorriso educado e um tanto forçado, desviando o olhar.
O elogio fúnebre, escrito por alguém de grande talento literário, não foi absorvido por Ophelia.
Era sobre alguém que pouco significava para ela, alguém que ela tinha visto apenas uma ou duas vezes em reuniões de família do Grupo Pascoal. Além de algumas palavras de cortesia, não havia mais nada entre eles.
Disseram que esse tio tinha uma relação próxima com Gregório, mas Ophelia não o conhecia bem nem tinha recebido qualquer afeto dele.
Quando todos choravam no final do velório, Ophelia não conseguiu derramar uma única lágrima.
Ela nunca foi boa em fingir.
Assim que terminou, Queren a chamou, repreendendo-a por sua chegada tardia e pela gafe pública, exatamente como esperado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....