Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 464

Depois do almoço, Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano, empolgadas, decidiram ir ao quintal para uma guerra de bola de neve, mas Nileson recusou o convite infantil delas e não escapou da pequena vingança que tinham planejado.

Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano conspiraram juntas e jogaram a primeira bola de neve em uníssono na direção de Nileson.

Uma o acertou em cheio no peito e a outra no rosto.

Nileson, com o nariz quase achatado pelo impacto, praguejou baixinho e, com um passo largo, caiu, pegando um punhado de neve para jogar de volta para eles.

Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano gritaram enquanto fugiam, e Mauro, que acabara de voltar do carnaval no Rio, junto com Bertram, que acabara de voltar de uma viagem de negócios, entraram no momento certo para serem atingidos em cheio.

"..."

"..."

Bertram sacudiu a neve de seu casaco: "Obrigado, eu não precisava de todo esse entusiasmo."

Mauro colocou no chão o enorme pacote de cadeirinhas de bebê que carregava, arregaçou as mangas e se abaixou para pegar mais neve.

O quintal imediatamente virou um campo de batalha, com neve voando para todos os lados.

Ophélia, que observava do beiral, quase foi atingida várias vezes, até ser protegida nos braços de Gregório.

Ela observou divertida enquanto Gregório, agachado, formava uma bola de neve e a colocava em sua mão.

Ophélia, segurando sua arma e com a vantagem do terreno, observava toda a cena. Quando viu Tarsila Fagundes sendo perseguida por Nileson, viu uma oportunidade de ajudá-la e jogou a bola de neve, que a atingiu com um baque.

Tarsila Fagundes caiu na neve com um gemido, levantando-se enquanto segurava a nuca e gritava: "Quem fez isso? Quem se atreve a me atacar por trás?".

Gregório riu discretamente: "Vocês dois têm uma amizade muito frágil, não é? Há quanto tempo você está guardando rancor dela?".

"Shh!" - Em meio à busca de Tarsila Fagundes por seu agressor oculto, Ophélia se escondeu silenciosamente atrás dele.

O olhar de Tarsila Fagundes se fixou em Gregório, que calmamente sacudiu a neve de suas mãos com uma calma provocante.

"Desculpe, não foi minha intenção."

Tarsila Fagundes falou alto, mas na verdade estava hesitante em se vingar, especialmente depois de ter acabado de comer uma tigela fumegante de sopa de galinha, que ainda estava pesando em seu estômago.

Ela, então, moldou outra bola de neve com determinação e a passou para Ophélia como uma criança que volta para casa para reclamar, apontando para Gregório: "Vingue-me!"

Ophélia, envergonhada por admitir que o verdadeiro culpado era ela, apenas concordou: "...Claro."

A mansão coberta de neve estava movimentada o dia todo, com os melhores amigos reunidos.

O sorriso no rosto de Ophélia não desapareceu durante todo o dia. Ao anoitecer, quando todos já tinham ido embora, ela bocejou, cansada por não ter tirado um cochilo.

Gregório se despediu do grupo e, quando voltou, encontrou Ophélia já dormindo na espreguiçadeira.

Sem que eles percebessem, o tormento da insônia havia passado e ela agora dormia profundamente, com as sobrancelhas delicadamente relaxadas e um semblante sereno.

As luzes do jardim se acenderam uma a uma, cobrindo a neve com uma camada de brilho amarelo suave e acolhedor.

A força de uma vida pacífica estava contida em seu corpo esbelto, exatamente como naquela tarde do aniversário de 18 anos de Gregório, iluminada pela melodia do piano sob o sol.

Com gestos suaves, ele cobriu-a com uma manta e deitou-se ao seu lado. Ophélia, ainda imersa em seu sono profundo, instintivamente procurou o aconchego de seus braços.

Gregório depositou um beijo suave entre suas sobrancelhas, abraçou seu corpo macio e pegou o livro que ela havia deixado de lado sobre a mesinha de vidro.

"As Laranjas Não São o Único Fruto" - de Jeanette Winterson, marcado por um separador de páginas.

"Eu anseio por alguém que me ame com fervor até a morte, percebendo que o amor é tão poderoso quanto ela."

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