Ophélia enfiou o dinheiro na mão dela, retirando a própria mão e a colocou no seu bolso, deixando transparecer uma certa distância no gesto.
"Quando a vó não queria que você se casasse com o Vidal, você foi teimosa e passou por tantas dificuldades com ele, não sei se agora já entendeu isso."
"O primo já está na faculdade, é um adulto com mãos e pés, pode muito bem arranjar um trabalho para se sustentar, não precisa que você continue se sacrificando com essa lesão grave nas costas para mantê-lo."
Os olhos de tiazinha ficaram vermelhos novamente e ela enxugou as lágrimas com as costas da mão, sem saber se era por vergonha ou amargura.
Ophélia disse: “O lugar onde você está vivendo é muito ruim, a segurança é péssima, e tem ainda o problema da sua coluna, você precisa tratar isso logo. Se você está pensando em se divorciar do Vidal, eu posso encontrar um lugar para você morar, daqui para frente você precisa se cuidar primeiro."
Tiazinha chorou um após o outro, sufocando as palavras.
"Quando você decidir o que fazer, me procura."
Ophélia não demorou mais, falou isso e se virou para ir embora.
O carro já estava esperando na porta, ao entrar, Ophélia viu Gregório com as pernas cruzadas, com um ar de tédio, perdido em pensamentos.
Gregório desviou o olhar: “Terminou de falar com sua tiazinha?"
"Sim."
Ele não disse mais nada, apenas instruiu Eloi a dirigir, levando Ophélia de volta ao Palmeiras Imperiais.
Chegando em casa, Ophélia foi tomar um banho. Quando saiu, Gregório ainda estava lá.
Ele estava no telefone na varanda, com um cigarro na mão que não chegou a acender, apenas o amassava entre os dedos.
Ele estava olhando para a noite, a cor da noite aquosa se espalhando, colorindo seu belo rosto.
Ao ouvir passos, ele se virou e a olhou, desligou o telefone após um momento e disse: “O Vidal sumiu, os médicos e enfermeiros não viram quando ele saiu, deve ter fugido assim que acordou."
Ele estava mesmo desesperado para fugir das dívidas.
O cabelo de Ophélia estava um pouco desordenado pelo vento da varanda, e a brisa da varanda agitava sua camisola de seda verde-água em ondas azul-turquesa.
Gregório entrou, fechou a porta de correr, deixando o vento lá fora.
Ophélia franzia a testa, pensando no que fazer sobre o Vidal, quando ele jogou o cigarro amassado no lixo:
"Cada criança de todo mundo tem alguém em quem se apoiar, e você também tem.. Seja se alguém te incomodar ou se você estiver em apuros, pode se esconder atrás de mim."
Ophélia sentiu uma leve ardência no nariz, teimosa, disse: “Você é tão prestativo, por que não vai salvar o mundo e ganhar um prêmio da polícia?"
Gregório respondeu: “Cuidando da genial médica que você é, e você ajuda e salva os outros, não estou salvando o mundo?"
"Eu nunca me gabei tanto assim."
Depois de murmurar isso, Ophélia levantou os braços, envolvendo a cintura dele, em uma rara demonstração de iniciativa após uma discussão: “Na próxima vez, em vez de chamar a polícia, eu te chamarei, pode ser?"
O desconforto que entupia o coração de Gregório era como papel machê e se desfez quando ela persuadiu ele.
Ele envolveu a cintura dela, ainda perfumada e aquecida do banho, sentindo seu coração amolecer e derreter por completo. Inclinou-se para beijá-la, mas Ophélia virou o rosto, saindo de seus braços e levantando o cobertor para se deitar, pretendendo descansar.
Ela deslizou para debaixo do cobertor como um peixe, dizendo: “Melhor você ir agora, senão vai começar a ter alergia de novo."
Até o gato pulou na cama, acomodando-se confortavelmente na outra metade do travesseiro.
Gregório olhava para eles, uma pessoa e um gato com grandes olhos brilhantes, não conseguindo conter um sorriso divertido diante da situação.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....