Ophélia observou a expressão de Queren passar de perplexa para incrédula ao jogar a máscara para Gregório, murmurando baixinho: “Não ensine bobagens."
Queren jamais imaginou que seu primeiro neto seria um gato de rua.
Ela tomou um gole de café para se acalmar e perguntou a Ophélia: “Por que você não volta a morar na Vila dos Ipês? O jardim lá é grande, o gato poderia correr livremente, muito melhor do que ficar confinado num apartamento."
Para Ophélia, a mansão na Vila dos Ipês trazia sentimentos complexos e indefiníveis. Era tanto o lar de seu casamento com Gregório quanto a prisão que a manteve por mais de dois anos.
Ela olhou para Gregório, refletindo sobre tudo que havia vivenciado nos últimos seis meses, e agora se sentia cada vez mais à vontade para expressar seus verdadeiros sentimentos.
"Eu não gosto de lá", disse ela.
A máscara escondia a expressão de Gregório, que relaxava no sofá, indiferente.
Queren, percebendo a situação, mudou de assunto educadamente. Perguntou sobre como eles estavam, demonstrou preocupação e, não demorou muito, se despediu.
Ao sair, Ophélia se ofereceu para acompanhá-los até a saída, mas Queren recusou: “Já está tarde, melhor você descansar."
Parada na porta do elevador, Ophélia apenas disse: “Cuidado no caminho."
Talvez pela presença de Queren, Gregório não estava tão pegajoso naquele dia, apenas esfregando o rosto dela com os nós dos dedos: “Estou indo."
Ofélia foi para casa e reabasteceu a comida do gato primeiro, esfregando-se em suas pernas e pedindo carinho.
Enquanto acariciava a cabeça do animal, ela falava: “Sua avó estava meio estranha hoje, não estava?"
O gato respondeu com um "Miau~"
"Você também achou, né?" Ophélia continuou a fazer carinho nele e a brincar com um brinquedo de gato, até que um forte bater na porta assustou o gato, ele correu para se esconder no quarto.
Gregório havia voltado novamente?
"Todos os documentos e o contrato de empréstimo estão em ordem?"
"Claro, somos uma empresa dentro regras," disse ele, enquanto o jovem de óculos atrás dele retirava um monte de papéis da mochila, mostrando uma cópia do contrato com a assinatura de Vidal.
Ophélia verificou rapidamente o contrato.
Um empréstimo com garantia imobiliária sem a assinatura do proprietário do imóvel é inválido, e nenhum banco sério liberaria dinheiro a Vidal. Somente plataformas de empréstimo privadas, pouco regulamentadas e ávidas por lucro, realizariam transações tão obscuras.
O dinheiro havia sido emprestado a Vidal há dois anos, com juros anuais de 64%, o que significava que se você tomar emprestado um milhão reis, terá de pagar seiscentos e quarenta mil reis de juros. O principal era de apenas um milhão, mas com os juros compostos, a dívida havia atingido três milhões.
Em outras palavras, só alguém sem juízo faria um empréstimo com juros tão extorsivos.
Vidal era como uma bomba-relógio imprevisível. Quando ele se mudou com a Tiazinha, de forma estranha, não fez nenhum problema. O que ninguém sabia é que ele já tinha preparado uma armadilha para ela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....