Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 327

Ophélia sentia o peito se encher lentamente de uma emoção indescritível e confusa.

Certa vez, Gregório disse que a amava há muito tempo, mas, na época, ela não tinha ideia do que significava esse "muito tempo" - assim como não entendia o amor dele.

Ela só achava que Gregório se metia em encrencas na escola e brigava com Plácido, um daqueles valentões, arrastando-a para as encrencas e fazendo com que ela fosse repreendida também.

Nunca imaginou que ela fosse a causa.

Para a jovem Ophélia, a Família Pascoal era apenas um lugar de moradia temporária, diferente do orfanato apenas porque a vida ali era um pouco mais confortável.

Ela sabia que era uma estranha, e se sofresse bullying, não procuraria ninguém para defendê-la.

O incidente de ser arrastada para o banheiro masculino fez com que ela fosse alvo de piadas entre os colegas por um tempo, mas depois que Plácido deixou a escola, ninguém mais mencionou o assunto.

Ela jamais pensou que Gregório tivesse defendido ela às escondidas.

Ele nunca mencionou isso para proteger a autoestima dela?

Gregório ficou observando por um longo tempo, vendo os dois conversarem animada e atentamente.

Com o casaco pendurado no braço, ele se aproximou delas, seu olhar deslizando sutilmente pelo rosto de Ophélia: "Do que vocês estão falando?"

Ophélia olhou para ele: "Não é da sua conta".

Gregório passou a língua nos dentes inferiores, preocupado em não demonstrar ciúme, tentando manter uma aparência de magnanimidade:

"Tudo bem. Continuem conversando. Querem que eu me afaste um pouco?"

Ser o recheio de um biscoito não é fácil, e Bertram, com sua elegância costumeira, respondeu: "Não é nada. Já acabamos a conversa."

Justo quando o celular de Tarsila Fagundes tocou, Ophélia pegou para passar a ligação para ela.

Gregório observou Ophélia se afastar em direção ao banheiro, sacou um cartão e o entregou a Nileson para pagar a conta, comentando casualmente: "O ar em Cidade Fresco deve ser bom, ajuda a sua voz, você está lá há dois meses e parece até que fala mais."

"Realmente, o ar lá é ótimo, mais úmido do que em Cidade Nascente, e a atmosfera é muito agradável." - Bertram, fingindo não perceber a insinuação de Gregório, sugeriu com sinceridade: "Você deveria levar Ophélia para passear lá."

"É isso mesmo." - Gregório, com as mãos nos bolsos da calça, murmurou baixinho: "Tão agradável, por que não ficou mais tempo?"

Bertram: "..."

Ophélia logo retornou com Clorinda Serrano e Tarsila Fagundes, virando a esquina.

Gregório mudou sua expressão rapidamente, batendo amistosamente no ombro de Bertram com um ar de negociação amigável: "Agradeço o convite, um dia desses vou levar ela para passear em Cidade Fresco."

Bertram: "…"

Alberto se aproximou com a conta paga: "Vamos embora".

Tarsila Fagundes entrelaçou seu braço no de Ophélia: "Venha, vamos levar você".

Gregório passou os braços em volta da mão de Ophélia, tocando levemente seu pulso: "Todos em pares e você vai ser a terceira roda?"

"Quem disse que ela é a terceira roda?" - Tarsila Fagundes pegou o braço de Ophélia de volta, olhando para Alberto: "Ela é o amor da minha vida, aquele ali é o intruso."

Ophélia: "Eu..."

"Então eu vou junto!" - Clorinda Serrano a abraçou pelo outro braço, virando-se para Bertram: "Irmão, fala pra mãe que vou dormir na casa da Ophélia hoje."

Elas, uma de cada lado, levaram Ophélia embora.

"Já entrou, melhor não pensar em sair."

Gregório entrou no carro, brincando com o queixo dela, observando-a cuidadosamente.

Ophélia, confusa, perguntou: "O que está fazendo?"

"Tentando ter certeza de que você não é um robô de IA que me enviaram. É muito bem feito, de qual empresa é? Estou interessado em investir."

"..."

Ophélia afastou a mão dele, murmurando: "Maluco".

Ela queria fazer uma pergunta, tinha convencido Tarsila Fagundes a ir embora primeiro só para poder falar com ele.

Mas agora, dentro do carro, diante dele, não sabia como começar.

Provavelmente porque Eloi estava ali, falar de amor seria muito meloso.

Melhor perguntar quando descessem.

O celular de Gregório tocou, uma ligação de um cliente, mas ele desligou e colocou o telefone no modo silencioso, jogando-o de lado, e segurou a mão de Ophélia.

"O que está fazendo agora?"

"Vou ler sua mão?" - disse Gregório.

Ophélia respondeu com desdém: "Que clichê".

Mas quando os dedos de Gregório entrelaçaram nos dela, apertando-os firmemente, ela tentou se soltar, sem sucesso, e então desistiu.

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