Culberto acordou e, sob o olhar atento de Kristina, viu a cuidadora aplicar-lhe o medicamento. Uma tarde inteira se passou sem que houvesse qualquer reação adversa.
Tudo parecia como de costume.
Estella trouxe de casa uma sopa que havia preparado, e ele, com apetite voraz, tomou duas tigelas antes de pedir a Estella que o ajudasse a descer para caminhar.
Kristina, sempre prestativa, pegou o casaco dele e perguntou com preocupação: "Pai, como você tem sentido seus olhos nos últimos dias?"
Culberto estava de bom humor: "Melhores que nos dias anteriores, acho que minha visão está um pouco mais clara."
"Que bom" - respondeu Kristina.
Quando eles saíram do quarto, o sorriso no rosto de Kristina desapareceu tão rapidamente quanto uma máscara.
Por que não houve reação?
Sua alergia à atropina era conhecida por ser grave; certa vez, ela teve uma reação alérgica grave que levou a um inchaço na garganta e dificuldade para respirar depois de tomar atropina para tratar uma inflamação na vesícula biliar.
Kristina pegou o celular e enviou uma mensagem: "O remédio que você me deu estava certo?"
A resposta veio rapidamente: "Não pode estar errado, meu amigo também é médico".
Ela não conseguia entender onde estava o erro.
Tinha planejado tudo para parecer uma coincidência, com Bertram por perto para distrair Gregório e evitar suspeitas.
Os homens são visuais por natureza, será que Gregório ainda se interessaria por Ophélia com cicatrizes de queimadura?
Mas ela não esperava que o executor do plano falhasse no último momento, deixando Ophélia com ferimentos leves.
E menos ainda que Gregório fizesse tanto alarde, revirando câmeras de segurança e vasculhando toda a Cidade Nascente durante a noite.
Quanto tempo ele levaria para encontrar o responsável, Kristina não podia prever, nem estava disposta a esperar para descobrir.
Ela conhecia seu pai: um homem imponente e arrogante que acreditava poder controlar tudo e com um temperamento explosivo.
Dizia-se que ele havia feito isso por amor, a ponto de o diretor do hospital aparecer no meio da noite.
Considerando que o diretor ocupava um cargo importante, o visitante também devia ser alguém de destaque.
A notícia vazou pelos seguranças e, embora a história tenha começado séria, logo tomou um rumo exagerado e fofoqueiro.
"Ouvi dizer que era a amante do Sr. Gregório, que estava grávida e veio ao nosso hospital para um procedimento. O funcionário mandou alguém fazer alguma coisa com o bebê..."
Ophélia nem sabia se a história era sobre a amante ou sobre a esposa do funcionário.
Ela devolveu o celular: "Nem mesmo os roteiristas escreveriam algo assim."
Rute, que havia conseguido o último pedaço de frango, sussurrou, ansiosa: "O incidente que te envolveu foi intencional?"
Ophélia não respondeu diretamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....